Aliados de Pablo Marçal (PRTB), embora não admitam publicamente, já consideram praticamente certa a condenação e a declaração de inelegibilidade do ex-coach por oito anos pela Justiça Eleitoral, segundo informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. Um aliado de Marçal, que tem acompanhado de perto as discussões internas, revelou que o cenário já é tratado como inevitável nos bastidores.
De acordo com projeções feitas por integrantes do PRTB, os processos contra Marçal devem começar a ser analisados pela Justiça Eleitoral de São Paulo no início do próximo ano, com possibilidade de chegarem ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) até o final do primeiro semestre.
A condenação definitiva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia ocorrer no segundo semestre de 2025, entre os meses de outubro e novembro, cerca de um ano após o primeiro turno das eleições paulistanas.
O laudo falso
O ponto que mais preocupa os apoiadores de Marçal é a repercussão negativa da divulgação de um laudo médico falso, que foi usado para acusar Guilherme Boulos de envolvimento com drogas, fato que resultou na abertura de um inquérito pela Polícia Federal.
O laudo, com um número de RG incorreto de Boulos, foi desmentido pelas filhas do médico mencionado no documento. Além disso, o psolista estava participando de uma distribuição de cestas básicas no dia em que o laudo alegava um “surto psicótico”.
“Marçal esticou demais a corda e acabou derrotado por ele mesmo. O laudo falso foi o golpe final em sua campanha”, afirmou um aliado do ex-coach, que acredita que esse episódio comprometeu qualquer chance de Marçal avançar ao segundo turno.
Fora da disputa, Marçal ainda responde a pelo menos dez Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), já em andamento. Esses processos foram movidos pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e por adversários políticos como Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PDT) e José Luiz Datena (PSDB).
Entre as principais acusações contra Marçal estão a monetização de perfis nas redes sociais, a difusão de vídeos com cortes selecionados de suas falas e promessas de apoio a vereadores em troca de doações para sua campanha.
Essas ações ainda se encontram na primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo, aguardando a fase de instrução, que envolve a coleta de provas, incluindo possíveis quebras de sigilo bancário de Marçal e suas empresas. Posteriormente, os casos deverão ser julgados pelo TRE-SP e pelo TSE, que decidirá se houve abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.