O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com indignação à exigência de Pablo Marçal (PRTB) para que ele pedisse desculpas como condição para apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais de São Paulo.
Bolsonaro, ao ser questionado pelo Metrópoles sobre a cobrança, respondeu com xingamentos, deixando claro que não pretende se retratar. A resposta agressiva do ex-presidente demonstra o clima tenso entre os dois, especialmente após Marçal ter o acusado de ofendê-lo durante a campanha eleitoral.
Mesmo assim, o inelegível indicou que pretende ignorar o candidato derrotado no primeiro turno de São Paulo daqui em diante, apostando que o ex-candidato deve enfrentar problemas legais no futuro e, possivelmente, tornar-se inelegível.
O ex-coach, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, condicionou o apoio ao candidato à reeleição à retratação não só do ex-presidente, mas também de outras figuras políticas influentes, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o pastor Silas Malafaia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o próprio Ricardo Nunes.
“Se até segunda-feira (14) não ter pedido de desculpa dos cinco pedindo desculpas, eu vou rodar tráfego pago, com o meu dinheiro, avisando que não vou apoiar [Nunes] e vai ser pior”, disse em uma palestra na última terça-feira (8).
O picareta Pablo Marçal está ameaçando Bolsonaro mandando ele implorar e pedir desculpas pra ele.
Pablo Marçal passou de todos os limites. Esse lunatico nunca foi de direita e nunca será pic.twitter.com/kUNFnMvaDk
— Alex Moretti (@Alexmorettibr) October 9, 2024
O principal ponto de conflito gira em torno de um laudo médico falso divulgado por Marçal nas vésperas do primeiro turno. O ex-coach tentou emplacar a narrativa de que Guilherme Boulos (PSOL), que passou ao segundo turno, seria usuário de cocaína, o que gerou forte repercussão negativa.
Esse episódio pode ser determinante para a aposta de Bolsonaro sobre a inelegibilidade do influenciador de extrema-direita por até 8 anos, já que a divulgação de informações falsas pode resultar em ações judiciais contra o ex-coach.
Em entrevista recente, Marçal destacou que sua consideração de apoio a Nunes está diretamente ligada a pedidos de desculpas por parte do ex-presidente e dos outros envolvidos.
“A consideração (de um apoio a Nunes) está condicionada a (uma retratação de) Malafaia, Bolsonaro, Eduardo, Tarcísio e ele (Nunes)”, afirmou o ex-candidato do PRTB, que recebeu uma quantidade significativa de votos no primeiro turno, especialmente entre eleitores de direita.
Enquanto o inelegível segue descartando a possibilidade de um pedido de desculpas, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, também se manifestou sobre o assunto em entrevista ao portal Metrópoles. Flávio negou que seu pai tenha tido qualquer receio de perder o protagonismo político no campo da direita para Marçal.
“Embora digam que Jair Bolsonaro temia perder o protagonismo para Marçal, não foi isso o que aconteceu”, afirmou o senador, acrescentando que pesquisas internas indicam que, em uma eventual disputa em 2026, o ex-presidente venceria o ex-coach sem grandes dificuldades.
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