Paris, de novo: PDT de Ciro não apoia candidato do PT em Fortaleza contra bolsonarista

Atualizado em 11 de outubro de 2024 às 0:15
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), olhando para a câmera, sério
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) – Divulgação

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), optou por não apoiar nenhum candidato no segundo turno das eleições, no qual André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) disputam a Prefeitura de Fortaleza para o mandato de 2025 a 2028. Essa decisão ocorre após o pedetista ter ficado em terceiro lugar nas eleições, recebendo apenas 11,75% dos votos válidos. Com informações do g1.

Ele é o primeiro prefeito da capital a tentar a reeleição e não conquistar um segundo mandato, encerrando um ciclo de 12 anos de gestão de sua sigla, que abrangeu dois mandatos de Roberto Cláudio (2013-2020) e um de Sarto.

O prefeito expressou preocupação com o futuro da cidade diante das candidaturas em disputa: “Uma delas tenta implantar uma soberania nociva e a outra representa muitas incertezas. Diante disso, após conversar com as diversas forças que me apoiaram, anuncio que decidimos pela neutralidade. Desse modo, as nossas lideranças poderão livremente estabelecer diálogos para a construção de caminhos e propostas para a nossa cidade”.

José Sarto ainda comemorou o desempenho do PDT nas eleições, elegendo 20 dos 43 vereadores à Câmara Municipal, além de vários suplentes, com uma votação total que ultrapassou 630 mil votos. “E, agora, estamos diante de dois caminhos. O que está em jogo é o destino de nossa Cidade. E nossa gente não pode nem deve permitir que o oportunismo a reduza a essa polarização que vem causando prejuízos ao Brasil”, complementou.

O presidente nacional do PDT, André Figueiredo, falando e gesticulando, na Câmara dos Deputados
O presidente nacional do PDT, André Figueiredo – Reprodução

O presidente nacional do PDT, André Figueiredo, também declarou apoio à neutralidade, afirmando que os dois candidatos do segundo turno não estão alinhados aos princípios que defende:

“Entendo que, no cenário atual, os dois candidatos que disputam o segundo turno representam caminhos que, por um lado, não estão alinhados aos princípios e bandeiras que defendo, e por outro, não agradam ao modelo de gestão que considero adequado para o Ceará e para a nossa capital”.

Figueiredo acrescentou: “Diante desse contexto, compreendo que a neutralidade partidária neste momento é a postura mais adequada, respeitando os posicionamentos individuais dos nossos integrantes, ressaltando que pessoalmente seguirei o alinhamento nacional do Partido”.

A divergência entre Sarto e André Fernandes é clara, uma vez que o candidato do PL, atualmente deputado federal, é oposição ao prefeito do PDT, evidenciando o contraste entre os dois partidos na política nacional. Já a relação entre Sarto e Evandro Leitão é mais complexa, pois o racha entre PT e PDT no Ceará tem raízes históricas. Leitão, recém-filiado ao PT, saiu do PDT para concorrer na eleição de Fortaleza.

O comportamento de José Sarto lembra a decisão que Ciro Gomes (PDT) tomou no fim de 2018, quando o veterano viajou para Paris, na França, sem declarar apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, que disputava o segundo turno das eleições presidenciais com Jair Bolsonaro (PL).

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