Toshiyuki Mimaki, co-presidente da organização ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Nihon Hidankyo, traçou um paralelo angustiante entre a situação das crianças em Gaza e a devastação do Japão no final da Segunda Guerra Mundial.
Durante uma coletiva de imprensa em Tóquio, Mimaki expressou profunda preocupação com a guerra genocida de Israel em andamento em Gaza, comparando o sofrimento aos horrores enfrentados pelas crianças japonesas após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em 1945.
“Em Gaza, crianças estão sendo banhadas de sangue. É como no Japão há 80 anos”, disse Mimaki com emoção visível, ao relembrar a devastação infligida à sua terra natal durante a guerra. Seus comentários vêm em meio à guerra de Israel em Gaza, que ceifou a vida de dezenas de milhares, chamando a atenção para as semelhanças impressionantes entre esses dois momentos trágicos da história.
O Prêmio Nobel concedido ao Nihon Hidankyo, um grupo antinuclear que representa sobreviventes dos bombardeios atômicos, destaca sua busca implacável por um mundo livre de energia nuclear. As observações de Mimaki trazem a situação de Gaza para o centro das atenções, refletindo a luta em andamento contra os efeitos mais devastadores da guerra, particularmente nas crianças.
As autoridades de saúde de Gaza confirmaram que o número de mortos palestinos de ataques israelenses atingiu impressionantes 42 010, com mais 97 720 feridos. A esmagadora maioria dessas vítimas são mulheres e crianças. A grande escala da destruição deixou Gaza em ruínas. Mais de 87 000 casas foram destruídas, deslocando pelo menos 1,9 milhão de palestinos.
A infraestrutura crítica para a vida diária, como escolas, hospitais e abrigos, também foi devastada. Cerca de 456 instituições educacionais foram atacadas e 32 hospitais danificados, dificultando severamente os esforços para fornecer assistência médica e educação aos residentes de Gaza.
Pelo menos 171 bebês nascidos em Gaza foram mortos pelas forças israelenses, enquanto 710 bebês menores de um ano também morreram. A guerra deixou pelo menos 26 000 órfãos ou com um dos pais mortos, com muitas outras lutando para sobreviver nas ruínas de suas casas.
Enquanto isso, o exército israelense matou 986 médicos e 85 membros da Defesa Civil Palestina, agravando ainda mais a crise humanitária.
A destruição foi catastrófica não apenas em termos de vidas perdidas, mas também na obliteração da infraestrutura essencial para o futuro de Gaza. Serviços críticos, como saúde e educação, foram severamente impactados, com danos estimados em US$ 18,5 bilhões.
Os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 resultaram em um custo humano sem precedentes. Estima-se que 120 000 pessoas foram mortas instantaneamente pelas explosões, com inúmeras outras sofrendo mortes agonizantes nos meses e anos que se seguiram devido a queimaduras, doenças de radiação e outros ferimentos.
O número total de mortos, incluindo aqueles que morreram mais tarde por exposição à radiação, atingiu aproximadamente 210 000. Os sobreviventes, conhecidos como Hibakusha, ficaram com cicatrizes físicas e psicológicas ao longo da vida, doenças duradouras, deficiências e discriminação.
Os bombardeios dizimaram ambas as cidades, aniquilando bairros inteiros e deixando um legado de trauma que ainda ressoa hoje.
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