STF: como os ministros veem as ameaças de impeachment feitas por Flávio Bolsonaro

Atualizado em 11 de outubro de 2024 às 19:03
Carlos Bolsonaro diz ter 36 senadores a favor do impeachment de Moraes. Fotomontagem

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram com surpresa à afirmação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de que a oposição terá votos suficientes para o impeachment do ministro Alexandre de Moraes a partir de 2027. A declaração foi feita em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

Os magistrados interpretam a fala de Flávio como uma tentativa de pressionar o STF a recuar nos inquéritos, relatados por Moraes, que investigam Jair Bolsonaro e seu círculo próximo. Para o impeachment de um ministro do Supremo, são necessários 54 votos no Senado.

Atualmente, esse número está distante de ser atingido, de acordo com o site “Placar do Impeachment de Moraes”, criado pela oposição para monitorar o posicionamento dos senadores. A plataforma indica que 36 senadores apoiam abertamente a medida, enquanto 27 estão indecisos e 17 são contrários.

Ministros consultados pela coluna destacam que, em 2026, até 2/3 do Senado pode ser renovado, já que 1/3 dos senadores permanecerá no cargo. Além disso, diferente de 2022, Jair Bolsonaro não estará mais na Presidência para apoiar a eleição de seus aliados.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador declarou na quarta-feira (9) que acredita que em 2027 a direita controlará 54 dos 81 senadores, o que seria suficiente para aprovar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Flávio afirmou que o objetivo é afastar Moraes e acabar com o que ele chama de “maluquices” do magistrado. Segundo ele, o impeachment seria “o último remédio amargo” para resolver essa situação e pode acontecer na próxima legislatura.

“Eu sempre falei que eu acreditava numa espécie de autorregulação do próprio Supremo contra esses arroubos absurdos, essas maluquices do Alexandre de Moraes. Por enquanto, ainda não aconteceu”, disse o senador em entrevista à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.

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