Uma nova variante da Covid-19, chamada XEC, foi detectada no Brasil, com casos confirmados no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Identificada pelo Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), a variante é uma subvariante da Ômicron e surgiu a partir da recombinação genética entre duas linhagens dessa cepa, KS.1.1 e KP.3.3.
De acordo com especialistas, a XEC pode ser mais transmissível, já que suas mutações facilitam a propagação. A variante foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “sob monitoramento”, mas ainda não é considerada uma variante preocupante. Isso significa que, embora haja indícios de maior disseminação, não se sabe ao certo se causa quadros mais graves da doença.
Scott Roberts, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Yale, afirmou que a XEC já superou o crescimento de outras variantes em algumas partes da Europa. A variante já foi detectada em pelo menos 35 países, e seu avanço rápido tem sido observado desde meados de 2023.
No Brasil, a virologista Paola Resende, da Fiocruz, alertou que o impacto da variante XEC ainda é incerto. Segundo ela, a resposta imunológica da população pode variar de acordo com as variantes previamente circulantes em cada região, o que pode influenciar o comportamento da XEC no país.
Sintomas
A nova variante apresenta sintomas semelhantes aos de outras cepas da Covid-19, como febre, dores no corpo, cansaço, tosse e dor de garganta. Até o momento, não há relatos de que a XEC cause quadros mais severos da doença.
Os dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Infogripe, da Fiocruz, indicam que não houve aumento significativo nos casos de Covid-19 na cidade após a detecção da XEC. No entanto, Resende destacou que a vigilância genômica no Brasil enfraqueceu, dificultando o monitoramento de novas variantes.
Vigilância genômica
A virologista reforçou a necessidade de manter a vigilância genômica ativa no país para acompanhar a evolução da XEC e outras possíveis mutações do vírus. Ela também lembrou que, embora o vírus continue a sofrer mutações, as vacinas atualizadas para a Ômicron devem manter algum nível de proteção contra a nova cepa.
Scott Roberts, por sua vez, destacou que, apesar das mutações, a expectativa é de que as vacinas atuais, especialmente as atualizadas, continuem a oferecer proteção significativa contra casos graves da Covid-19 causados pela XEC.
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