Ex-aliado defende expulsão do bolsonarismo das igrejas: “Tirar o bezerro de ouro”

Atualizado em 17 de outubro de 2024 às 23:34
Otoni de Paula. Foto: Divulgação

Horas após uma cerimônia com o presidente Lula no Palácio do Planalto, o deputado federal Otoni de Paula (MDB) fez declarações contundentes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma entrevista ao portal evangélico O Fuxico Gospel.

Ex-apoiador do bolsonarismo, Otoni agora defende que os evangélicos devem se unir para expulsar a influência de Bolsonaro nas igrejas. Em sua fala, Otoni chamou Bolsonaro de “ignorante” e criticou a adoração direcionada a figuras políticas, afirmando que essa prática desvia os fiéis da verdadeira devoção a Cristo.

“Gostaria, sim, de ser uma ponte. Sabe para quê? Para tirar esse bezerro de ouro que construímos na igreja. Esse bezerro de ouro que nós construímos. Construímos uma adoração a um ser humano, que não é Deus, não é divino. É um político. A igreja do senhor Jesus”, declarou Otoni.

O deputado recordou uma conversa que teve com Bolsonaro, onde o aconselhou a não aceitar os gritos de “mito” durante uma visita à Assembleia de Deus em Belém do Pará.

“Um dia, disse a Bolsonaro: ‘Presidente, nós vamos a Belém do Pará. A Assembleia de Deus-mãe. Quando o senhor chegar lá, e as pessoas gritarem ‘mito’, não aceite’. E fui explicar a ele. A igreja tem um problema tão grande, um receio tão grande de dividir a glória que é do Senhor Jesus. Expliquei a ele”, explicou ele.

“Quando ele entra no templo, começam os gritos. Na rua, tudo bem, mas na igreja do Senhor Jesus? E não estou culpando Bolsonaro, porque ele é ignorante. Não é crente, conhece a salvação porque já foi pregado para ele”, destacou Otoni.

Ele também afirmou que, apesar de suas interações com Bolsonaro, o ex-presidente “não aceitou Jesus” durante o tempo que esteve em sua presença. Essa crítica direta reflete uma mudança significativa na postura do deputado em relação ao bolsonarismo, demonstrando uma nova orientação que visa reverter o que considera uma idolatria política nas comunidades evangélicas.

“Não aceitou Jesus, nesse tempo todo que está conosco, não conseguimos ganhar ele para Jesus”, finalizou Otoni.

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