Laudo falso: filha de médico pede indenização de R$ 150 mil de Marçal e clínica

Atualizado em 18 de outubro de 2024 às 12:40
Pablo Marçal, candidato da extrema-direita, que apresentou um laudo falso para insinuar que Boulos seria usuário de drogas. Foto: reprodução

Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico José Roberto de Souza, entrou com uma ação na Justiça comum, solicitando uma indenização de R$ 150 mil contra Paulo Pablo Marçal (PRTB) e a clínica Mais Consulta. O motivo é um laudo falsificado, divulgado pelo ex-coach, que utilizou a assinatura do pai de Carla para acusar Guilherme Boulos (PSOL) de uso de cocaína.

De acordo com a ação, a Polícia Civil foi até a residência de Carla, às 3h27 da madrugada do dia 5 deste mês, para investigar o laudo forjado que havia sido publicado por Marçal nas redes sociais, conforme informações do Estadão.

O documento, divulgado pelo empresário na véspera do primeiro turno das eleição em São Paulo, alegava que Boulos teria dado entrada na clínica com um surto psicótico grave em janeiro de 2021, causado pelo uso da droga. Tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Federal já comprovaram que o laudo é falsificado.

O advogado de Carla Maria, Felipe Torello Teixeira Nogueira, ressaltou que sua cliente estava sozinha em casa no momento da abordagem policial, o que a deixou extremamente abalada emocionalmente, além de causar prejuízos à sua privacidade durante a madrugada.

Pablo Marçal (PRTB) e o médico Luiz Teixeira da Silva Júnior, ex-dono da clínica Mais Consulta. Foto: reprodução

Por sua vez, a defesa de Luiz Teixeira, ex-dono da clínica Mais Consulta, afirmou que ele “nunca esteve envolvido em falsificações de documentos ou em qualquer ação que prejudicasse a memória do doutor José Roberto de Souza”. A defesa declarou ainda que as acusações não possuem fundamento legal ou factual, sendo completamente falsas. Já Marçal não se pronunciou, assim como a assessoria do PRTB.

Carla Maria, por meio de seu advogado, frisou que a imagem, a honra e o legado de seu pai foram gravemente atingidos pelos réus, sendo que os principais afetados por esses atos são seus filhos, as pessoas mais próximas.

Além disso, nas últimas semanas, Carla apresentou ações tanto na Justiça Comum quanto na Justiça Eleitoral para tentar impedir a candidatura de Marçal.

No entanto, ambas foram rejeitadas. A primeira foi arquivada por ser um tema de competência da Justiça Eleitoral, enquanto a segunda foi descartada por estar sendo apurada em outra ação judicial relacionada ao mesmo tema.