Cíntia Chagas pede prisão do ex-marido, o deputado bolsonarista Lucas Bove

Atualizado em 21 de outubro de 2024 às 14:27
Cintia Chagas e seu ex-marido, o bolsonarista Lucas Bove. Foto: reprodução

A influenciadora Cíntia Chagas, ex-esposa do deputado estadual bolsonarista Lucas Bove (PL-SP), entrou com um pedido de prisão preventiva do parlamentar na última quinta-feira (17), na Justiça de São Paulo. A ação é motivada pelo descumprimento de medidas protetivas impostas contra o deputado em um processo de violência doméstica.

De acordo com a advogada Gabriela Manssur, que representa Cíntia, Bove violou as determinações judiciais ao se manifestar sobre o caso, tanto nas redes sociais quanto em um discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O deputado declarou que “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher” e que “a verdade será restabelecida”.

As medidas protetivas, no entanto, proíbem qualquer tipo de comunicação, direta ou indireta, sobre o processo. Além disso, Cíntia afirma que uma conversa entre ela e o parlamentar foi vazada ilegalmente, comprometendo sua privacidade. O advogado de Bove, Daniel Bialski, nega que ele tenha sido responsável pelo vazamento.

O bolsonarista também enfrenta um pedido de cassação protocolado na Alesp por parlamentares do PT e PSOL, que pedem a perda de seu mandato por conta das acusações de violência doméstica. Bialski classificou o pedido de prisão como “incabível”, alegando que o deputado não descumpriu as medidas protetivas e que sua manifestação pública foi um exercício de liberdade de expressão.

Lucas Bove em tietagem a Jair e Michelle Bolsonaro. Foto: reprodução

“Ele só se manifestou dentro da liberdade de expressão e que ‘a verdade aparecerá'”, afirmou o advogado, ressaltando que Bove espera que a Justiça também impeça Cíntia de se pronunciar sobre o caso.

O casal se separou em outubro de 2023, após sete meses de casamento, e Cíntia relatou uma série de episódios de violência durante o relacionamento.

Em entrevista à revista Marie Claire, a influenciadora contou que as ameaças começaram em agosto de 2022, durante um evento em Ribeirão Preto, onde Bove teria exigido que ela tirasse fotos ao lado de Jair e Michelle Bolsonaro. Após uma recusa, o deputado teria se irritado e a expulsado do evento.

Cíntia relatou outros episódios de agressão, incluindo o arremesso de uma faca que a feriu na perna e ameaças constantes, como a frase “você só não apanha porque tem 6 milhões de seguidores”. Ela também mencionou ter sido expulsa do apartamento que dividiam e que o deputado desenvolveu o hábito de humilhá-la verbalmente e controlar sua vida de forma obsessiva, exigindo sua localização e provas de onde ela estava.

Em resposta, Lucas Bove publicou um vídeo no Instagram afirmando que está proibido de se manifestar sobre o caso por determinação judicial. Na legenda, o deputado reiterou sua inocência: “Eu jamais encostaria a mão para agredir uma mulher”. Ele acrescentou que a verdade prevalecerá e que espera que a justiça seja feita. “Hoje meu coração está ferido, jamais esperava isso de quem tanto amei e cuidei”, escreveu.

O caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo, e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que um inquérito policial foi instaurado para apurar as denúncias de violência doméstica, ameaça e perseguição. O processo corre sob sigilo.

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