MP denuncia sócios e funcionários de laboratório responsável por órgãos infectados

Atualizado em 22 de outubro de 2024 às 18:58
PCS Lab Saleme, laboratório responsável por exames de sorologia em pacientes transplantados. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou seis pessoas ligadas ao laboratório PCS Lab Saleme, responsável pelos exames de sorologia em órgãos que foram transplantados e infectaram pacientes com HIV. Entre os denunciados estão os sócios e funcionários do estabelecimento, incluindo Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, que teve a prisão preventiva solicitada pela Polícia Civil.

A denúncia é assinada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Os alvos são acusados de associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Uma das funcionárias ainda foi denunciada por falsificação de documento particular.

O documento foi encaminhado à Justiça e solicita a prisão preventiva dos envolvidos para assegurar o andamento das investigações.

“O que foi apurado neste procedimento não foi um fato isolado, resultado de uma conduta negligente. Mas demonstram a indiferença com a vida e a integridade física dos pacientes transplantados e demais pacientes recebem dos denunciados, que não hesitaram em modificar protocolos de segurança motivados apenas por dinheiro”, diz trecho da denúncia.

Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, dono do laboratório. Foto: Reprodução

O MP afirma que o erro que causou a infecção nos pacientes transplantados foi causado por uma tentativa do laboratório de economizar. Segundo a denúncia, os alvos conscientemente realizavam o controle de qualidade de exames semanalmente “para reduzir os custos dos exames e para permanecerem com seus empregos”.

A Delegacia do Consumidor (Decon) também indiciou os seis funcionários e sócios do laboratório por crimes de lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa, falsidade ideológica e induzir consumidor a erro. A instituição ainda apura o processo de contratação da empresa pelo governo do Rio de Janeiro.

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