Alunos da USP podem ser expulsos por antissemitismo após ação pró-Palestina

Atualizado em 29 de outubro de 2024 às 15:33
Ato pró-Palestina na USP (Universidade de São Paulo). Foto: Reprodução

A USP (Universidade de São Paulo) tenta expulsar cinco alunos por acusação de antissemitismo após ato pró-Palestina. Eles se tornaram alvos de um processo disciplinar movido pela pró-reitoria de graduação da instituição em novembro do ano passado e o caso deve ser concluído até o próximo mês. A informação é da Folha de S.Paulo.

A acusação surgiu após os estudantes distribuírem um informe sobre a guerra entre Israel e o Hamas durante assembleia realizada em outubro de 2023. No texto, eles chamavam o país governado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “fascista, colonialista e racista”.

O documento ainda chamava a invasão do Hamas ao território israelense de “histórica” e criticava o “genocídio” praticado na Faixa de Gaza. A ação foi uma resposta a mensagens em grupos do curso pedindo doações para o Exército de Israel.

O centro acadêmico divulgou uma nota pedindo desculpas e alegando que o informe foi escrito pelo grupo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino. Mesmo assim, a coordenadora do curso de Ciências Moleculares, Merari de Fátima Ramires Ferrari, produziu um relatório sobre o episódio e pediu punições administrativas aos envolvidos.

O Inova USP, Centro de Pesquisa e Inovação, edifício onde alunos estudam Ciências Moleculares. Foto: Reprodução

Ela argumentou que os estudantes feriram o Código de Ética da instituição e propagaram discurso de ódio. O pró-reitor adjunto de graduação da USP, Marcos Garcia Neira, aceitou a denúncia e determinou a criação de um processo contra cinco estudantes.

Dois dos alunos são acusados de escrever o informe e outros três de disseminar discurso antissemita nas redes sociais. A defesa dos estudantes alega que a USP tem perseguido quem pensa diferente da instituição.

“Entendemos que esse processo é uma tentativa de ‘fazer exemplo’ e barrar movimentos pró-Palestina da USP que buscam denunciar o genocídio em curso e questionar a narrativa de que se trata de uma guerra entre dois lados equilibrados”, diz a defesa dos alvos do processo.

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