VÍDEO – Múcio defende anistia a quem “quebrou cadeira” no 8/1 e exclui Bolsonaro

Atualizado em 1 de novembro de 2024 às 14:14
José Múcio, ministro da Defesa, em entrevista ao UOL News nesta sexta (11). Foto: Reprodução

O ministro da Defesa, José Múcio, se manifestou a favor de anistia aos envolvidos no ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília condenados por infrações consideradas mais leves. Ele negou, no entanto, estender o benefício aos apontados como mentores do caso, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros da alta cúpula das Forças Armadas.

“Deve-se graduar as penas. Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. Devemos graduar, mas não politizar isso. Deve ser uma ação da Justiça. Sou a favor da anistia dos casos leves”, afirmou o ministro em entrevista ao UOL News.

Questionado se a anistia deveria incluir Bolsonaro, Múcio responder apenas: “Não”. Ele defende que as culpas sejam individualizadas, separando quem arquitetou e financiou o ataque dos militares que incitaram a ação.

“Não dois cenários diferentes. O Congresso quer anistiar aqueles que depredaram, quebraram móveis e atentaram contra o patrimônio público. Isso é uma história; a outra são esses oficiais que incitaram a indisciplina dentro dos quartéis. Eles jogaram as tropas contra os comandantes. Isso é uma coisa gravíssima”, prosseguiu.

Ele ainda reclamou da “politização” do debate sobre a anistia e disse querer que “a suspeição saia do CNPJ das armas e vá para o CPF [dos militares]”. “Quem tiver culpa, vai pagar. O Exército é a favor de que pague. Não queremos contaminar o conceito do Exército, da Marinha e da Aeronáutica por uma ação isolada de A ou B. Defendo isso desde o início”, acrescenta.

Múcio ainda aponta que alguns envolvidos no ataque, inclusive militares, queriam dar um golpe de Estado. Ele afirma que as “pessoas físicas” devem ser responsabilizadas, mas que o Exército não pode ser culpado.

“Dentro da corporação, havia aqueles que tinham interesse [no golpe]. Os que tiveram participação direta têm que pagar, os outros não. Eu quero que não se condene inocentes, mas que se puna os culpados”, completou.

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