Ex-policial envolvido na morte de Breonna Taylor é condenado nos EUA

Atualizado em 2 de novembro de 2024 às 23:09
Breonna Taylor. Foto: Divulgação

Brett Hankison, ex-policial do Kentucky foi condenado em um tribunal federal na sexta-feira, (1), por abuso de direitos civis no assassinato de Breonna Taylor, mulher negra que morreu durante uma batida policial em sua casa e cuja morte provocou protestos por reforma policial e justiça racial nos Estados Unidos em 2020.

As mortes de Taylor, 26 anos, e George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi assassinado por um policial branco em Minneapolis em maio de 2020, tornaram-se o foco de uma onda de protestos em massa nos Estados Unidos e em outros países contra a injustiça racial e a brutalidade policial.

Hankison foi condenado por abuso de direitos civis, disse o Departamento de Justiça em um comunicado. Ele é o primeiro policial a ser condenado dentre os quatro policiais acusados pela justiça federal pela morte de Taylor em 2020. Dois outros policiais continuam sendo acusados de falsificar uma declaração juramentada de mandado de busca e outro se declarou culpado de acusações relacionadas ao mandado de busca. No entanto, ninguém jamais foi acusado de matar Taylor.

“O Departamento de Justiça continuará a defender vigorosamente os direitos civis de todas as pessoas neste país de estarem livres da violência policial ilegal”, disse a procuradora-geral adjunta Kristen Clarke na declaração do Departamento de Justiça.

Brett Hankison. Foto: Divulgação

Taylor e seu namorado, Kenneth Walker, estavam dormindo em seu apartamento por volta da meia-noite de 13 de março de 2020 quando ouviram um barulho na porta. Acreditando que se tratava de um arrombamento, Walker disparou sua arma, ferindo um policial.

A polícia, que havia obtido um polêmico mandado de busca e apreensão para fazer uma prisão por tráfico de drogas, disparou mais de 30 tiros, ferindo mortalmente Taylor. Embora os tiros de Hankinson não tenham atingido Taylor, ele atirou às cegas através da janela de um quarto que tinha cortina e persianas fechadas.

Hankison argumentou que disparou sua arma para proteger seus colegas policiais. Foi a segunda vez que Hankison compareceu a um tribunal federal: seu primeiro julgamento terminou em anulação.

Também na sexta-feira, o júri considerou Hankison inocente de violar os direitos dos vizinhos de Taylor, por ter disparado através de uma porta de vidro deslizante, também com as cortinas e persianas fechadas. Hankison será sentenciado em março do próximo ano, informou o Departamento de Justiça.

Originalmente publicado no Brasil de Fato

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