Governo Lula criou dossiê sobre riscos de Trump e teme pacto com Bolsonaro

Atualizado em 6 de novembro de 2024 às 12:57
O ex-presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump em encontro na Casa Branca. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O governo Lula parabenizou rapidamente o Donald Trump pela vitória nas eleições americanas para evitar ser acusado de não reconhecer o resultado da disputa. A decisão tem como objetivo neutralizar a narrativa de bolsonaristas, que vinham criticando o apoio do petista a Kamala Harris.

Segundo a coluna de Jamil Chade no UOL, integrantes do Palácio do Planalto acreditam que a vitória do republicano pode tentar ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro a reverter sua inelegibilidade. Ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não poderá se candidatar até 2030.

Para membros do alto escalão do governo, Trump pode ajudar Bolsonaro na narrativa de perseguição e pressionar instituições brasileiras, alimentando o bolsonarismo e abalando a relação entre Brasília e Washington.

Integrantes do Palácio do Planalto ainda avaliam que o republicano pode tentar desqualificar o ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Os temores surgiram após uma delegação do governo Lula viajar ao país, no começo de setembro, para conversar com interlocutores dos dois partidos.

O presidente Lula e o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump. Foto: Reprodução

O resultado da viagem foi um relatório com alertas sobre os riscos de uma eventual vitória do republicano. O documento conclui que a vitória de Trump tem potencial para causar um impacto profundo na política externa nacional.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, entregou um dossiê com as informações ao presidente Lula. Para a delegação que foi ao país em setembro, os riscos da vitória de Trump são elevados mesmo numa relação comercial madura e com bilhões de investimento.

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