A eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tende a causar desdobramentos significativos para o Brasil, tanto nas áreas econômica e ambiental quanto nas relações políticas. Com uma agenda voltada ao protecionismo econômico, ao incentivo de combustíveis fósseis e a pautas conservadoras, o novo governo republicano poderá afetar o mercado de exportações e fortalecer o bolsonarismo no Brasil.
No setor econômico, as barreiras comerciais anunciadas preocupam exportadores brasileiros. Trump planeja instituir uma taxa de 10% sobre todas as importações, impactando diretamente o agronegócio e a indústria de aço e ferro do Brasil. A alta do dólar, que tende a se intensificar sob políticas protecionistas, pode elevar a inflação no Brasil e forçar o aumento de juros, pressionando o bolso dos brasileiros.
De acordo com o economista Carlos Braga Monteiro, em entrevista ao Uol, a valorização do dólar é um ponto de atenção para setores exportadores, mas que também pode beneficiar os produtores de commodities, uma vez que essas transações ocorrem na moeda estadunidense.
“Se realmente acontecer essa taxação, e dependendo do quanto ela impactar a política monetária, o Brasil pode ser afetado. Mas, se a precificação dos produtos brasileiros for competitiva, o impacto é menor”, afirmou Carlos Braga Monteiro, CEO do grupo Studio. “A capacidade de geração de alimentos do Brasil é indispensável para os Estados Unidos”, complementou o economista.
A questão ambiental também está em foco. No primeiro mandato, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, que busca limitar as emissões de gases de efeito estufa. Sob Joe Biden, o país voltou ao tratado em 2021, mas, com a nova vitória republicana, o compromisso estadunidense com medidas de sustentabilidade poderá ser revogado mais uma vez, o que pode prejudicar esforços globais na mitigação da crise climática.
A agenda de Trump inclui ainda o incentivo à exploração de petróleo, gás e carvão, indicando uma possível escalada nas emissões de carbono e um recuo nas ações contra o aquecimento global.
A vitória da extrema-direita nos EUA também pode fortalecer seus pares no Brasil. Líderes bolsonaristas, por exemplo, comemoraram o resultado e acreditam que a eleição de Trump impulsiona pautas conservadoras no Brasil. Os primeiros pontos de esperança são pelo aumento da pressão por anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e pela reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).
Em mensagem de congratulações, o ex-presidente incentivou o povo brasileiro a se inspirar na eleição de Trump para “retomar o seu destino de grandeza”.
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