Mulher de Silvio Almeida denuncia abandono de feministas: “Não me acolheram”

Atualizado em 7 de novembro de 2024 às 13:50
Ednéia Carvalho e Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. Foto: reprodução

A modista Ednéia Carvalho, mulher do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, usou o Instagram para desabafar sobre os momentos difíceis vividos nos últimos dois meses, após a exoneração do marido por acusações de assédio sexual e moral contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Na publicação, Ednéia queixou-se da banalização das pautas feministas por meio de movimentos como o Me Too, que acolheu as denúncias de Anielle e incentivou a abertura de um inquérito contra Silvio, autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“Lamento muito que pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais, mas apesar de tudo, estou bem, sigo cuidando da minha família”, afirmou. “Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu. Nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda”.

“Esses últimos dois meses não têm sido fáceis, conviver com a injustiça, tirarem a sua paz é algo que nem sei explicar”, escreveu ela nesta sexta-feira (7), ao compartilhar uma foto com Almeida e a filha do casal, Anesu.

A modista também destacou a importância do apoio de amigos próximos e as mudanças em sua rotina familiar. “Estou feliz por estar na minha casa (SP). BSB [Brasília] não me fez bem, sentirei falta das boas amizades que lá fizemos, mais nada. Essas amizades levaremos para a vida toda”, escreveu.

O caso

Silvio Almeida foi demitido em setembro pelo presidente Lula após acusações de assédio sexual serem divulgadas pela imprensa. Anielle Franco confirmou a colegas ser uma das vítimas e, em depoimento à Polícia Federal (PF), revelou que as “abordagens inadequadas” começaram em 2022, durante o período de transição do governo.

O inquérito para investigar Almeida foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, no dia 17 de setembro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apoiou a abertura do processo, em resposta ao pedido da PF.

Segundo Anielle, as situações de importunação por parte de Almeida teriam escalado com o tempo, causando incômodo e levando-a a registrar o depoimento formal no início de outubro.

Silvio Almeida, por sua vez, nega as acusações e afirma que pediu para ser exonerado. Em uma nota divulgada após sua saída do cargo, ele declarou que pretende provar sua inocência. “Estou confiante de que a verdade virá à tona”, afirmou o ex-ministro, referindo-se ao processo judicial e à sua defesa contra as denúncias.

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