Trump liga para Putin e define como abordará guerra entre Rússia e Ucrânia

Atualizado em 10 de novembro de 2024 às 23:23
Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump, eleito nos EUA. Foto: Mikhail Klimentyev/AP

Em uma das primeiras ligações desde sua vitória nas eleições, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, na última quinta-feira (7). O telefonema, realizado diretamente do resort de Trump na Flórida, foi cercado de expectativas e pode sinalizar uma mudança nas relações entre os dois países.

Durante a conversa, o republicano teria pedido cautela a Putin quanto a uma possível escalada do conflito na Ucrânia e reforçou a presença militar dos EUA na Europa como um fator estabilizador.

A ligação entre os dois líderes, não reportada anteriormente, revelou qual deve ser a possível abordagem de Trump para o conflito ucraniano. Durante a campanha, o político de extrema-direita prometeu pôr fim ao embate entre as partes, embora sem dar detalhes. Segundo fontes próximas ao assunto, ele indicou que estaria disposto a considerar um acordo onde a Rússia manteria algum território conquistado, mencionando brevemente a questão durante a conversa.

Trump também já havia conversado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no dia anterior. Segundo fontes do jornal The Washington Post, a troca foi amigável, mas levantou apreensões em Kiev sobre a postura da nova administração estadunidense.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, que depende do dinheiro dos EUA para seguir na guerra contra a Rússia. Foto: reprodução

A Ucrânia, que depende de um intenso apoio econômico e militar dos Estados Unidos, teme que uma negociação liderada por Trump possa resultar na perda de territórios estratégicos, como a Crimeia. O custo da guerra também é uma preocupação para o futuro mandatário, que assumirá em 25 janeiro de 2025. Ele já expressou seu desconforto quanto ao ônus financeiro do conflito para os contribuintes dos EUA.

A dúvida sobre como Trump redefinirá as alianças globais e a relação com adversários coloca o cenário internacional em suspenso. Em declarações à imprensa russa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, adotou um tom cauteloso, elogiando a retórica de paz do republicano e criticando o que descreveu como uma estratégia de “derrota estratégica” imposta à Rússia pela administração Biden.

Em entrevista a uma emissora estatal, Peskov afirmou que “pelo menos Trump fala sobre paz, não sobre confronto”, destacando o caráter imprevisível do presidente eleito.

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