Uma coisa chama a atenção na matéria do Uol sobre os problemas na Justiça do líder do MBL Renan Santos: o timing. Mais uma vez, é o pós golpe.
Depois que Dilma caiu, pode-se mostrar a verdadeira face de quem ajudou a executar o serviço.
Agora: qualquer um que não seja bobo ou oportunista sabe que Renan e Kataguiri, bem como o dono do Revoltados Online, Marcello Reis, entre outros — nenhum deles estava falando sério sobre “roubalheira”.
Eles nunca estiveram contra a corrupção. São filhos do Cunha. A imensa maioria dos que encheram as avenidas é cúmplice desses jovens. Vamos dar um desconto para a minoria de inocentes úteis.
Segundo o Uol, Renan é réu em, pelo menos, 16 ações cíveis e mais 45 processos trabalhistas em seu nome e no das empresas de que é sócio.
Sua ficha suja inclui “fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraude contra credores, calote em pagamento de dívidas trabalhistas e ações de danos morais, num total de R$ 4,9 milhões”. O movimento responde a uma ação de despejo da sede nacional no centro de São Paulo. O proprietário pede o imóvel de volta há mais de um ano.
A desculpa de Renan é fabulosamente cínica. O clássico da pilantragem. Tudo se deve à “dificuldade que existe na atividade empresarial no Brasil”. Ele é “mais um dos milhões de pessoas que tentaram empreender no Brasil e não conseguem.”
Conseguiu, na verdade. Deu um chapéu em milhares de otários vestidos com camiseta da CBF. Muitos deram dinheiro para a “causa” na conta de Kataguiri. Estranhamente, eles não têm CNPJ.
O leitor do DCM já sabia quem ele era. Em agosto de 2015, falei aqui dos nomes que Renan usa em situações diversas, recurso adotado por quem está “enrolado” legalmente, e de seus processos.
O nome de batismo é Renan Antônio Ferreira dos Santos. No entanto, assinou como Renan Henrique Ferreira dos Santos um artigo na Folha de S.Paulo. No Facebook, assinava Renan Haas, com uma descrição enigmática: “eu sou eu?”
Como Renan Antônio, surgiu como um dos signatários de um pedido de impeachment entregue a Eduardo Cunha. Renan Henrique foi o que escreveu no jornal.
O MBL vive, segundo ele e o comparsa Kataguiri, de doações. Também vendem camisetas e outros acessórios. Uma hora falam que arrecadam 10 mil. Depois mudam para 7 mil reais por mês. Não fornecem nota fiscal.
Um tal “Portal Transparência”, no site dos caras, que serve para você acompanhar “os gastos e recebimentos”, não abre, e não adianta clicar.
O MBL tenta agora renegar o Cunha, depois da imortal foto de Kataguiri com o dedinho para cima no gabinete do deputado no início do ano passado.
No fim de semana da votação do impeachment na Câmara, circularam livremente pelos corredores com crachás dados por Eduardo Cunha, que os chamou de “convidados especiais”.
Num “manifesto”, Renan e KK escreveram o seguinte: “O Brasil é um país curioso. Em sua ânsia de levar-se a sério, de atribuir ares de grandeza e reverência a sua condição, acaba por tratar toda sorte de farsantes, loucos e incapazes com imerecida dignidade”.
Pois é.