Escolher a União Europeia é mais uma demonstração da miopia obtusa dos responsáveis pelo prêmio
O Nobel da Paz 2012 só pode ser definido com uma palavra: uma pataquada.
A União Europeia?
É quase tão absurdo quanto a escolha de Barack Obama em 2009. Na época, alguns comentaristas especularam que dar o Nobel da Paz a presidentes americanos seria uma maneira de estimulá-los a entrar em menos guerras.
Não funcionou com Obama, e nem com qualquer outro presidente americano. A vocação dos Estados Unidos para a guerra é inexcedível.
A União Europeia — sob a influência da chanceler alemã Angela Merkel e o FMI — vem tentando impor a países em dificuldades receitas econômicas que geram uma terrível desigualdade social. Nada expressa melhor isso do que os protestos recentes feitos em países como Espanha, Portugal e Grécia.
A melhor reação que vi a essa esdrúxula escolha veio do Conselho de Paz da Noruega, uma organização que congrega ativistas contra a guerra. Divulgado o vencedor, o Conselho exigiu, numa carta aberta, a renúncia dos homens responsáveis pela escolha do Nobel da Paz. Eles têm sistematicamente traído os ideais de Alfred Nobel, manifestados no testamento em que deixou instruções sobre o caráter do prêmio que decidira criar.
Clap, clap, clap para o Conselho de Paz da Noruega. De pé.