Essa é mais uma da série de cartas abertas a pessoas diretamente ligadas ao golpe. Futuramente, elas talvez sejam reunidas num livro sob o título “Cartas aos Golpistas”.
Cara Marta:
Só não vou desvotar em você, como tantas pessoas estão fazendo, porque jamais votei em você.
Isto posto, quero dizer que seu papel no golpe é simplesmente desprezível. Você mostrou as piores características de um ser humano: inveja, raiva, ressentimento, mesquinharia.
E traiu quem a elegeu. Milhões de petistas a colocaram no Senado para fazer muita coisa, menos, naturalmente, para votar pela deposição de Dilma.
Sua incapacidade de lidar com frustração é uma lição ao contrário. Li certa vez você falar sobre a expectativa de que Lula a escolhesse como sucessor, ou sucessora, e não Dilma.
Sua reação foi a de uma criança mimada e desde cedo já evidentemente sem caráter. Faltou-lhe classe, faltou-lhe dignidade.
E faltou-lhe, também, senso de ridículo. Ter-se transferido para o PMDB de Cunha e Temer foi uma insanidade. Quer dizer, pelo menos para alguém que, como você, passara a fazer discursos pseudomoralistas contra a corrupção.
Aqui peço licença para uma gargalhada.
Quer dizer: você, para fugir da corrupção, correu para os braços imaculados de Cunha e de Temer.
Na adversidade, a mulher que virou objeto de seu ódio delirante, Dilma, revelou força e grandeza. Você, ao ser contrariada, deixou estampada uma alma incrivelmente pequena.
Cara Marta: se existe o mínimo de justiça neste mundo tão errado, você vai ser moída em sua candidatura a prefeita de São Paulo.
Torço para que você receba uma surra exemplar para que fique claro para todos que crimes políticos como o que você cometeu ao se engajar no golpe não compensam.
Não peço que você reconsidere sua posição sobre o golpe. Entendo que sua presença entre os golpistas ajuda o golpe é sujo, abjeto, indecente. É melhor tê-la do lado de lá. Certas companhias nos diminuem, e este é o seu caso.
Sinceramente.
Paulo