Ao final da reunião em que despachou com funcionários do Globo, Michel Temer fez uma analogia entre sua pessoa e uma figura histórica.
Diz o jornal que ele “soltou que, quando despacha na mesa presidencial e ela tem todos os assentos ocupados, sente-se como o imperador Carlos Magno.
— Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado ‘Carlos Magno e os 12 cavaleiros da Távola Redonda’ e eu li aquele livro e era assim: os doze cavaleiros”.
Noves fora o fato de que não dá para entender nada (ele leu e era assim como??), Temer estava se referindo ao lendário rei Artur, cuja saga é o mito fundador da Inglaterra. Seus homens se reuniam em torno da famosa mesa redonda.
Carlos Magno, ao contrário de Artur, existiu. Entre os séculos VIII e IX, foi rei dos Francos e imperador do Ocidente. Tinha seus “doze pares da França”.
Deslize ou ignorância, jamais saberemos. Quem não tem desculpa são os entrevistadores, que poderiam ter, educadamente, corrigido o cidadão para ele não passar vergonha.
Mais do que isso, deveriam ter dado um tapa na matéria sobre o encontro em nome do pobre leitor. Até agora, 13h40 de domingo, não há uma mísera errata. Sinal de que os jornalistas não fazem ideia do que o amigão estava falando.
Supondo que Temer estava se referindo a Artur ao proferir essa idiotice, quem seria o valoroso Lancelote? Padilha? Jucá? Renan? Guinevere a gente já conhece.
Temer, como Artur, não existe.