Caro Teori:
Seu papel no golpe foi infame. Abjeto. Contribuiu, e muito, para o sucesso do impeachment. E ajudou também extraordinariamente para a péssima imagem do SFT para vastas porções de brasileiros.
A questão que um dia o senhor terá que responder é esta: por que o senhor demorou uma eternidade para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara?
O senhor já tinha ciência de todos os crimes de Eduardo Cunha, minuciosamente documentados num documento que lhe foi passado pelo Ministério Público.
Qual foi a lógica em permitir que um gangster comandasse, do seu jeito, um processo do qual poderia resultar, como aconteceu, a destruição da democracia?
O tamanho da monstruosidade que o senhor cometeu se comprovou com o fato de que Cunha foi afastado tão logo executou o serviço sujo.
O senhor não teve sequer o cuidado de esperar algum tempo para fazer o que deveria ter feito muito tempo antes. O sicário matou, conforme a encomenda, e então foi descartado.
Na proteção a Cunha enquanto ele tratava de destruir a democracia, o senhor esteve na companhia de toda a imprensa. Isso conta muito.
Um psicopata, um criminoso foi protegido pelo senhor e pela mídia porque ele fazia algo do interesse de vocês. Vocês agiram como sócios numa empreitada sinistra.
Numa demonstração do absoluto desprezo dos juízes do STF pela opinião pública, o senhor jamais se dignou a explicar a sua sinistra demora. Num uma única palavra, como se fosse normal fechar os olhos por meses e meses para um monstro moral no gozo de imenso poder.
Jamais entendi, dados os fatos, como o senhor pôde ter sido escolhido por Dilma para o STF. Foi um erro espetacular.
Roosevelt, nos Estados Unidos, logo percebeu ao ser eleito que jamais emplacaria seu New Deal com a Suprema Corte conservadora que herdou ao assumir a Casa Branca.
Foi reeleito vezes suficientes para montar uma Suprema Corte progressista. Escolheu com imenso cuidado cada juiz a cada vaga que se abria. Só assim o New Deal pôde ser materializado.
O PT fez o oposto de Roosevelt, com as consequências sinistras que estão aí.
O senhor é um prova disso.
Sinceramente.
Paulo