João Doria teve uma pequena amostra, neste domingo, de que sua vida na prefeitura de São Paulo não será fácil.
No mesmo dia da publicação de uma entrevista absolutamente idiota de sua mulher Bia, em que ela se gaba de ter dado dentes a empregados, entre outras maravilhas, hackers invadiram o site dela.
Trocaram a papagaiada sobre a vida e a obra de Bia por uma imagem de uma matéria sobre o esquema de corrupção de Doria na Embratur no tempo em que ele presidia o órgão no final dos anos 80.
Também está lá a participação de JD no SPTV, quando foi confrontado por César Tralli a respeito do terreno invadido em Campos do Jordão.
Frases de Proudhon, pai do anarquismo, enfeitavam a tela. Uma delas: “Aquele que botar as mão sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo”.
Assinaram: “Mais um site da família Doria owned”.
O prefeito eleito divulgou uma nota condenando a “invasão de privacidade, condenável e injustificável”. Segundo ele, “aqueles que promoveram esta agressão não compreendem que um dos maiores valores da democracia é o respeito pelas pessoas”.
A página ainda está fora do ar.
Doria não tem a menor chance diante desse ativismo. Ele repete, um pouco menos apoplético, a bravata que disparou quando foi com o vice Bruno Covas até o Monumento às Bandeiras depois de ser pichado.
“Estou aqui para dizer para você, que é pichador, que é vândalo, isso vai acabar. Cada um faz o que quiser aqui em São Paulo. Comigo, não”, esbravejou, apontando o dedinho gordo para a câmera.
Palhaçada, mas para a classe média que o elegeu parece um bicho feroz que trará de volta a lei a e ordem. Uma amiga me contou que sua mãe, uma revoltada on line de terceira idade, falou a ela que Doria ia “dar um jeito” na Paulista e fechá-la para pedestres. “A cidade vai voltar aos pagadores de impostos”, afirmou a supracitada senhora, que sonega há anos.
A invasão da página de Bia Doria é só um aperitivo do que o marido vai enfrentar. Ativistas que ele não pode perseguir ou demitir. Não pode mandar prender e bater. Vai ter que fingir que dialoga.
Isso porque o bocó de botox ainda não mexeu com o parque do Ibirapuera.