Governo Alckmin aumentou investimento publicitário no site da Jovem Pan, que ocupa o 645º lugar em ranking. Por Zambarda

Atualizado em 1 de novembro de 2016 às 10:54
Tognolli, biógrafo de Lobão e comentarista da Pan
Tognolli, biógrafo de Lobão e comentarista da Pan

 

O governo Alckmin investiu R$ 15 782 536,1 milhões de 2011 até este ano em propagandas em sites jornalísticos. A expansão do investimento online foi de 244% nesse período. Em 2011, foram de R$ 717.596,17 mil. Em 2016, R$ 2.471.863,65.

O valor ainda é baixo frente ao investimento em mídia de papel e TV. Para ter uma ideia, entre janeiro e março de 2016, o Estado de S.Paulo recebeu R$ 44 781,10 mil como único representante da mídia impressa em apenas três meses.

Na reeleição de Alckmin, em 2014, seu governo desembolsou mais de R$ 27 milhões em televisão aberta, sendo a maior beneficiária a  Globo.

Ocorre que o que vem identificado como internet é apenas mais uma maneira de colocar verba pública em empresas amigas. Não há critérios claros. É como no caso da publicidade federal na revista Caras, que teve um incremento de 2.473%, de acordo com o Cafezinho. Tanto faz se é uma revista de celebridades. O importante é que o bolso é o do dono da Abril, Giancarlo Civita.

Chama a atenção o caso da Jovem Pan, que aparece sob o nome Rádio Panamericana S/A.

Entre janeiro e março últimos, ela surge junto com o portal iG num aporte de R$ 1.211.125,88 milhão. Depois, entre março e setembro, a rádio do empresário Tutinha aparece em outro investimento de R$ 314.678,62 mil com a agência New Job Comunicação. A Jovem Pan é praticamente um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes.

Recentemente, incrementou seu time com a contratação de Vera Magalhães, ex-colunista do Radar da revista Veja, e de Carlos Graieb, que coordenava o site da publicação.

Encontraram o historiador antipetista Marco Antonio Villa, que ficou famoso pelos bate bocas com Fernando Haddad, e Claudio Tognolli, biógrafo de Lobão e Romeu Tuma Júnior, mitômano contumaz, contratado para fazer “comentários” no “Morning Show” e no programa “Pânico”.

A estrela da casa ainda é Reinaldo Azevedo, que faz o programa “Os Pingos nos Is”.

Afeita ao jabá há muito tempo, a Pan veiculava propagandas “disfarçadas” de conteúdo em sua programação durante a gestão Gilberto Kassab, segundo a revista Piauí. 

No mesmo ano de 2016, quando recebeu mais de R$ 1 milhão com publicidade na internet, a Rádio Jovem Pan amealhou R$ 2.365.792,32 do governo Alckmin entre janeiro e março de 2016 em conjunto com as emissoras Novo Mundo e Central de Comunicação.

O site da Pan é hospedado no UOL e tem 4 milhões de visitantes únicos e 17 milhões visualizações de acordo com seu mídia kit oficial.

No ranking do site Alexa, reconhecido internacionalmente, a Jovem Pan aparece na 645º posição entre as páginas brasileiras.

A Globo aparece nas planilhas com o grupo e sua editora, responsável pela revista Época. Recebeu regularmente em diferentes veículos de 2011 até 2015.

Até 2014, o governo Geraldo Alckmin também colocou dinheiro de publicidade em empresas de tecnologia americanas como Google e Microsoft. A gigante de buscas recebeu R$ 196.895,81 entre março e setembro daquele ano juntamente com uma empresa chamada Real Media Latin America.

O que chama atenção nas listas de publicidade financiadas com verba pública do governo estadual é uma empresa chamada Encontro Informal Comunicação e Serviços. A empresa recebe desde o governo Alberto Goldman, em 2010, sem interrupção. Alguns valores são altos.

Entre outubro e dezembro de 2012, a Encontro recebeu R$ 1.092.186,50 milhão em conjunto com a Editora Abril. Pesquisando na internet, verifica-se que a empresa se localiza em São Paulo, é uma agência de notícias fundada em 10 de outubro de 1994, tem R$ 72.400,00 de capital social e tem como fundadora a jornalista Roseli Tardelli.

Roseli foi a primeira apresentadora do programa Roda Viva, fez carreira no Estado de S.Paulo e na Rádio Eldorado. É fundadora da Agência de Notícias da Aids, em 2003, que levou até Moçambique na África. Mas não há registros públicos de sua atuação com a empresa Encontro Informal Comunicação e Serviços Eireli.

Nas planilhas, o governo Alckmin usa uma brecha no artigo 16 da lei de número 12.232/2010 para que os relatórios não discriminem quanto cada grupo de mídia ganhou individualmente.

 

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