Publicado no Jornal GGN.
Por Luis Nassif.
A denúncia de um Ministro demissionário da Cultura, Márcio Callero, de que foi pessoalmente pressionado por um homem forte do governo Temer, o Secretário de Governo Geddel Vieira Lima, tem potencial para derrubar não apenas Geddel mas o próprio governo.
Trata-se, portanto, de numa questão de Estado.
Como se comporta o presidente Michel Temer?
De acordo com quem conversou pessoalmente com Temer, o próprio Geddel, segundo entrevista à Folha (http://migre.me/vxcge):
O senhor falou com o presidente Michel Temer sobre a denúncia feito pelo ex-ministro?
Hoje pela manhã. O presidente tinha lido a entrevista, ficou também sem entender as razões, até porque o Calero não colocou essas razões para ele e se especulou o que tinha havido. O presidente chegou a fazer um apelo para que ele permanecesse na função. E orientou que eu procurasse responder com a tranquilidade que eu estou respondendo, com a verdade. Manifestou seu respeito, carinho e apoio à nossa posição.
Aí, “auxiliares” de Temer, em off, dizem a O Globo que Temer “ficou muito irritado” com Geddel (http://migre.me/vxcif).
Mostra a pequenz de Temer.
Geddel foi claramente acusado de crime pelo Ministro demissionário, promovendo um assédio moral visando conseguir que o Ministro interferisse em decisões técnicas do IPHAN (Instituto Patrimônio Histórico Nacional). O próprio Geddel – que é politicamente imbecil – admitiu as pressões, mas disse apenas ter conversado. Como se a ascendência hierárquica (como Secretário de Governo e homem forte de Temer) não influísse.
Houvesse um presidente de fato, a esta altura teria convocado uma reunião de emergência de seu estado maior (político) para avaliar as decisões a serem tomadas.
Mas é pequeno, sem iniciativa e sem comando. É um caráter fraco, donde se entende a ascendência que pessoas truculentas – como Geddel, Padilha e o próprio Eduardo Cunha – têm sobre ele.
Nesses tempos de escassez fiscal, de cortes em políticas sociais, foi incapaz sequer de impor uma disciplina nos gatos de seus Ministros com aviões da FAB.
É esse presidente que vai segurar a peteca até 2018, especialmente quando a crise fiscal promover o alastramento das manifestações populares e de funcionários públicos?