Quem vai pagar a conta da reforma do Alvorada?
É claro que é uma pergunta retórica. O contribuinte vai ficar com a conta.
Mas que se registre: entre tanto disparates de Temer, este é um dos maiores.
Não pela cifra em si. Mas pela simbologia.
Gastar dinheiro com um palácio num momento de crise ululante é coisa de quem não tem noção.
Programas sociais são cortados. Em São Paulo Doria anuncia que vai suspender o leite das crianças nas escolas municipais.
Num olhar para a floresta, são 12 milhões de desempregados no país, parte dos quais já fruto das trapalhadas de Temer.
Para 2017, os prognósticos econômicos oscilam entre ruins e muito ruins.
E em meio a este cenário de caos o governo gasta dinheiro numa reforma palaciana?
Fora tudo, na melhor das hipóteses a família Temer vai ficar menos de dois anos no novo Alvorada.
O episódio lembra a infame reforma que Joaquim Barbosa fez nos quatro banheiros de seu apartamento funcional de presidente do STF ao custo de 90 mil reais.
Isso foi em 2013.
Um ano depois, ele estava fora do STF — e de seus banheiros de luxo.
Desculpe o palavreado vulgar, mas quanto custou cada ida ao banheiro de JB?
Quando parecia que o desatino de JB não poderia ser batido, eis que Marcela e Michel Temer irrompem com o Alvorada.
O desprendimento alegre com que as autoridades brasileiras torram o dinheiro do contribuinte é uma das tragédias nacionais.