José Serra não está deprimido: ele é a própria encarnação da depressão.
Golpista, dissimulado, entreguista, ególatra, a existência física e política de Serra é depressiva, inclusive para seus correligionários, desde sempre.
É óbvio, até para os colunistas que lhe prestam vassalagem, que Serra está abandonando o barco do governo golpista porque lhe negaram o protagonismo necessário – única razão de viver de gente como ele.
Era um ministro inútil dentro de um governo lamentável, pego em flagrante em um esquema de propinas depositadas na Suíça, enquanto bradava, com essa hipocrisia tão peculiar aos tucanos, contra a corrupção alheia.
Talvez pense que, abandonando o barco como uma ratazana esperta, tudo isso passe batido pela História.
Não passará.
Serra tornou-se conhecido quando, presidente da UNE, em 1964, fugiu do País antes mesmo de um único disparo ter sido feito pelos golpistas de então. Foi para o Chile e, curiosamente, partiu então para os Estados Unidos, de onde voltou mentindo que era economista.
De lá para cá, virou um devotado súdito do Tio Sam, a quem prometeu – e cumpriu – entregar as reservas de petróleo do Brasil.
Agora, levará sua depressão atávica de volta ao Senado Federal, atualmente, um ambiente mais que perfeito para sua recorrente prostração moral.
Será mais um golpista numa bancada de traidores da pátria que, espero, sejam julgados ainda durante esse apodrecimento em vida transmitido, dia e noite, em tempo real.