A audiência de Marcelo Odebrecht no TSE foi a portas fechadas.
O ministro-corregedor Herman Benjamin — que teve “uma atuação considerada firme”, segundo O Globo — teve a companhia de integrantes do Ministério Público Eleitoral.
Além destes, estavam presentes Luciano Feldens, advogado do empresário, Gustavo Guedes, de Michel Temer, José Eduardo Alckmin, advogado do PSDB no processo contra a chapa Dilma-Temer, e Renato Franco, que defende a ex-presidente Dilma Rousseff.
Marcelo, como se sabe, foi ouvido sobre a propina paga pela empreiteira em contratos com a Petrobras no caixa dois da campanha de Dilma-Temer para a Presidência da República de 2014.
O depoimento de Marcelo foi sob sigilo e o processo está sob sigilo. Portanto, quem está vazando para a imprensa são os advogados, partes interessadas.
O que se destacou na Folha, no Estado e na Reuters, por exemplo, foi a negativa de Marcelo de que seu famoso rendez vous com Michel Temer não foi para tratar de grana. Quem cuidou desse departamento foi Padilha. Casa direitinho, veja só, com a fábula do pacote de Yunes, combinada com Michel.
Segundo a Folha, MO relatou que se encontrou várias vezes com Dilma, mas que as contribuições para campanhas eleitorais dela eram acertadas com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Lembrou que Aécio Neves o procurou na reta final da campanha e que o interlocutor era Osvaldo Borges, que foi presidente da Codemig durante o governo Aécio.
A rigor, nenhuma grande novidade. Mas todo tipo de especulação será feita.
Os vazamentos seletivos servem para a imprensa militante sair atirando. Ricardo Noblat conseguiu escrever que “Marcelo Odebrecht implica Dilma e poupa Temer”.
Noblat, um clássico da sabujice, ainda manda: “Querem derrubar Temer? Não contem com a Justiça Eleitoral“.
No setor da direita mais xucra, seus amigos do site Antagonista, alimentados com a ração do advogado do PSDB, já saíram gritando que MARCELO ODEBRECHT DIZ QUE DILMA SABIA DE TUDO.
Agora ficamos cientes, pelo Estadão, de que Marcelo Odebrecht se queixou de seu papel. “Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo”, falou. Então tá.
Os vilões são os de sempre e vestem vermelho. Mas o grande bobo nessa história, como se sabe, será sempre o leitor.