Vanessa Vailatti tem 24 anos é corretora de imóveis e modelo há três. De Balneário Camboriú, em Santa Catarina, tornou-se celebridade nacional no mês de fevereiro.
Motivo? Correntes de WhatsApp e no Instagram divulgaram fotos suas como sendo “nudes vazados” da primeira-dama Marcela Temer.
As imagens surgiram na esteira do escândalo do hacker Silvonei José Jesus de Souza, que invadiu o celular de Marcela em abril de 2016. Silvonei foi condenado a cinco anos e 10 meses por extorsão.
No Carnaval, o celular dessa ex-professora não parou de tocar com propostas de trabalho e a fama veio na sequencia. O DCM entrevistou Vanessa Vailatti sobre machismo, preconceito e o que é ser oficiciamente sósia de Marcela Temer.
DCM: Como começaram as comparações com Marcela Temer? Surgiu em correntes de WhatsApp?
Vanessa Vailatti: Fiquei sabendo da semelhança através de um seguidor meu que me marcou em uma publicação feita no Instagram. Era uma legenda sobre a primeira dama em uma foto de um ensaio que fiz para a revista Bella da Semana.
Na legenda eles perguntavam: “Será a bela recatada e do lar? Marcela Temer?”. Fui lá e comentei: não, esta sou eu! A partir daí meu celular não parou de tocar.
DCM: Conseguiu novos contratos profissionais depois disso?
VV: Tudo aconteceu naquele mês. O meu Carnaval foi uma loucura, com vários repórteres e flashs. Fechei campanhas, divulgações e sou chamada para presenças em festas VIPs. Agora é só colocar em prática e seguir a agenda.
DCM: Sua vida mudou?
VV: Mudou, sem dúvida nenhuma. Fiquei mais conhecida e dei entrevista para sites e revistas de grande conceito. Saí até na Veja. Hoje estou num romance com o jogador Maicon Douglas Sisenando. Ele foi lateral direto da Seleção Brasileira.
DCM: O que faria se Marcela Temer ligasse hoje para você?
VV: Primeiro eu iria querer matar a minha curiosidade em saber por qual motivo as minhas fotografias estão salvas no celular dela (risos).
Brincadeiras à parte, acho que pediria para tirarmos umas fotos juntas pra ver se temos alguma semelhança. Soube que ela ajuda algumas instituições e daria parabéns a ela por esse ato.
DCM: O que você achou da invasão de privacidade que um hacker fez no celular da primeira-dama?
VV: O celular de cada um tem suas intimidades. Por conta disso, acho de extrema falta de respeito com o próximo invadir algo que não é seu. Privacidade é um direito de todos.
DCM: Você disse que sofreu preconceito por ser modelo e fazer ensaios sensuais. O Brasil é muito machista?
VV: Todo mundo se diz evoluído, mas poucos mostram isso. Já perdi a conta de ver mulheres fazendo cara feia pra mim e já cansei de ler comentários totalmente desnecessários feitos por pessoas que são muito sem noção.
Não estou aqui querendo influenciar as meninas a posarem nuas e nem quero que elas pensem que é tudo às mil maravilhas.
Eu era professora antes de trabalhar como modelo e vejo algumas das minhas alunas querendo sensualizar no Instagram. Me mandam mensagens falando que me admiram. O foco não é esse, eu só quero deixar claro que os meus trabalhos sensuais são trabalhos mesmo.
Não estou me vendendo. O Brasil precisa evoluir em tudo, principalmente em cada um cuidar da sua própria vida.
DCM: O que você acha de Temer como presidente?
VV: O Brasil está longe de ser um país de primeiro mundo. Temos que melhorar muito e é lamentável ver os governantes tirando proveito da população através de privilégios que toda a classe dos políticos tem.
A mensagem do Temer sobre o Dia da Mulher deixou mais claro o seu machismo. E mostrou que nós mulheres infelizmente temos que lutar muito ainda para conquistar o nosso espaço.
DCM: No final das contas, a confusão com Marcela Temer foi boa ou ruim pra você?
VV: Foi algo ótimo pra mim, aproveito só o lado bom de tudo isso. Mas sou tão vítima do que aconteceu quanto a Marcela porque não fui eu que fiz a comparação.
Até porque nem acho somos parecidas. Pra mim foi uma honra e queria agradecer a quem iniciou tudo isso.