Aécio Neves está nos últimos estágios de sua metamorfose em Fernando Holiday, numa versão pão de queijo do final de “A Mosca”.
O vereador Holiday, do MBL, em sua louca cavalgada, resolveu promover blitze nas escolas de São Paulo para, em sua palavras, “melhor conhecer a realidade” e “coibir qualquer tentativa de doutrinação que nossas crianças e adolescentes possam vir a sofrer”.
O Mauro Donato escreveu sobre o caso aqui. Holiday não tem mandato para dar geral como PM, mas isso é um detalhe para milicianos e sua cultura policialesca. O cidadão chegou ao cúmulo de, no pior estilo Gestapo, criar um email para dedos duros enquadrarem inimigos da doutrina.
Holiday tenta se manter à tona após a reportagem do BuzzFeed sobre a prática de caixa 2 em sua campanha. Reagiu de forma histérica, gravando depoimentos em que se vimitizava, alegando uma perseguição pelo fato de ser negro e gay.
Aécio não pode usar esse argumento, é branco e hetero, mas sua vitimização depois que foi traído pela Veja com uma denúncia é tão patética e indigna quanto a do amiguinho do Movimento Brasil Livre.
Na esteira da gravação de um vídeo, no que foi secundado pela irmã, Andrea, Aécio ocupou a tribuna do Senado na tarde de terça, dia 4, para reafirmar, apoplético, que não tem conta em Nova York operada pela mana para receber propina da Odebrecht.
O circo incluiu a participação de seus colegas de PSDB, que acorreram em sua defesa.
“Insisto mais uma vez, mostrem o banco, mostrem a conta e essa farsa ficará desmascarada de forma absolutamente definitiva”, falou.
“Os prejuízos pessoais e políticos são incalculáveis”. Bidu. A mesma “violência”, garante, poderá acontecer com outros parlamentares. “O Brasil de hoje precisa de menos fogueiras e mais pontes”, pontuou o Nero que tocou fogo no país e nos atirou no incêndio.
Ocupou-se da adversária na eleição que ele nunca permitiu que terminasse e que tem sido achincalhada por ele desde 2014.
“A senhora presidente afastada Dilma Rousseff, em um entrevista hoje à Folha de S.Paulo, tripudia no campo pessoal desse pesadelo kafkiano que minha família está enfrentando”, declarou.
“Ao fazer isso, ela legitima a covardia do vale-tudo, alimenta os monstros e abre ela a caixa de onde eles sairão fortalecidos para devorar na mesma irresponsabilidade o próximo da fila”.
Aécio é, ele mesmo, o próximo da fila e o seguinte depois desse. O primeiro a ser comido, o segundo e o terceiro. O campeão das delações, o homem que tentou governar o país sem voto, que agora estrebucha em praça pública.
Em sua mitologia familiar, seu destino era virar Tancredo. Acabou transformado em Holiday, no Irajá, enlouquecido em busca de uma saída para a armadilha em que ele mesmo se meteu.