Aí em cima, recortes do jornais de hoje, apenas de hoje.
Bastam para desenhar o cenário de devastação do que era, até pouco tempo atrás, a área mais promissora da economia brasileira: o setor de petróleo.
O que deveria ser uma desaceleração temporária, por conta da queda do preço do barril de petróleo, virou uma destruição permanente, uma alienação das riquezas acumuladas por décadas pelo Brasil, o aniquilamento de cidades inteiras que se erguiam com a indústria petrolífera, de indústrias enormes de navios e equipamentos que a exploração do petróleo, cujo volume ainda cresce pelo que se fez no passado, mas cairão, inexoravelmente, pelo que não se faz hoje.
Porque petróleo não se acha nem se extrai sem perfurar poços, mas isso é um absurdo na “nova Petrobras”. Deixem tudo lá, até que possam chegar os estrangeiros, que por enquanto estão um pouco “apertados” de grana.
Aniquila-se a indústria do petróleo, mas não se investiu contra ladrões públicos, quase todos eles soltos, gozando de suas casas de praia, de campo, de seus condomínios privados.
Nossa mídia e nossos juízes se comprazem morbidamente, como idiotas, da aniquilação de uma indústria imensa, de cujos escombros fazem o patamar de sua autoglorificação.
Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Coreia, Japão, nenhum deles misturou falcatruas governamentais e empresariais com a sobrevivência de suas próprias indústrias.
Aqui, vitais apenas são os privilégios, as pompas, o “sabe com quem está falando” de uma subnobreza imbecil, cuja cabeça tem mais de um século atrás, porque só vê futuro numa colônia, não num país.
Mas tudo vai ficar bem: vamos sucatar os já precários hospitais, as já precárias universidades, vamos tirar um pouco mais dos pobres e um tanto mais dos trabalhadores e provar aos senhores do mundo que somos responsáveis e “limpinhos”.
Texto originalmente publicado no site Tijolaço.