POR FELIPE PENA, jornalista, escritor e professor
O partido de Aécio, que antes era conhecido por ficar em cima do muro, agora optou pelo buraco. As últimas ações da legenda revelam que a nova vocação dos tucanos é o suicídio político.
E não estamos falando da face elitista e impopular dos tucanos, mas apenas de três atitudes recentes que, ao potencializarem essa face, levarão (ou já levaram) o partido à morte.
O PSDB se aliou a Temer para resgatar o mandato de Aécio no senado.
O relator da CCJ que emitiu parecer para arquivar o processo contra Temer é do PSDB. O prefeito de que quer dar ração para os pobres de São Paulo é do PSDB.
Não precisa ser analista político para perceber que a conta dessas atitudes virá na eleição de 2018. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconhece que o partido está na contramão da história e já pediu a saída dos tucanos do governo algumas vezes.
Em sua última intervenção, há dois dias, condenou as retrógradas medidas de Temer sobre o trabalho escravo no país.
Como se esse desgaste não fosse suficiente, o provável candidato da legenda, Geraldo Alckmin, ainda terá que brigar com seu pupilo vestido de Judas, o prefeito João Dória, para conseguir a vaga na corrida presidencial.
Haverá sangue nessa disputa. Conhecido como João Dólar, o prefeito tem muitos “argumentos” para convencer os delegados do partido. E não estamos falando de ração. Ou estamos?
Ontem, quando Aécio voltou ao senado, foi assinado o atestado de óbito do PSDB. Na semana que vem, quando o partido ajudar Temer a escapar das denúncias na Câmara, o atestado será registrado em cartório.
É o fim da legenda fundada por Covas, Montoro e FHC.