Mais rachado que solo do sertão durante a estiagem, o PSDB agora tem mais uma fração, o Liberdade Tucana.
Sua logomarca é um tucano preto em alusão aos cabeças pretas, o grupo que defende a retirada do partido no apoio a Michel Temer e também prega a condenação e expulsão de Aécio Neves, de quem querem distância pois alegam não possuir ‘tucano corrupto de estimação’.
Em sua cruzada de faxina nos poleiros tucanos, o novo grupo está dando fortes bicadas no governador paulista e sugere que Geraldo Alckmin ‘filie-se logo ao PT ou pare de seguir a agenda petista’.
Para eles, o governador faz parte ‘da patética tendência interna petista/tucana Esquerda pra Valer’. Se existe uma tendência (mais uma) no PSDB e ela é petista/tucana, deve ser patética mesmo.
Em seu site e nas redes sociais, o Liberdade Tucana combate as ‘declarações populistas e desastrosas’ de Alckmin num evento recente em que o governador pregou uma ‘alternativa para o liberalismo’ ao afirmar que “sem a presença do Estado na economia, o grande pisaria no pequeno”. Isso deixou os liberais em fúria.
“Esse discurso focado na santificação do Estado para salvar o pobre do capitalismo foi exatamente o que elegeu Lula e Dilma no Brasil e ludibriou e massacrou milhões mundo afora. Semanas antes, Alckmin disse que Lula foi de extrema direita pois teve os juros mais altos da história. Isto significa que: ou nada sabe sobre política ou simplesmente inverte o sentido daquilo que é flagrante a olhos vistos, considerando que terá mais prestígio se projetando como ‘esquerda democrática’. Na primeira hipótese, Alckmin não teria capacitação de ser candidato à presidência, pois acredita que ser liberal ou conservador é ser anti-pobre, a favor da desigualdade e da miséria material, e que portanto, a solução é seguir o ideário social e econômico do PT. Na segunda hipótese, Alckmin também não teria capacidade de ser candidato à presidência, pois, caso sua guinada recente à esquerda seja estratégica para agradar um certo segmento da população, então seria uma bola de neve (…) Geraldo Alckmin, com esta postura, seria trivial sua filiação ao Partido dos Trabalhadores e ser alternativa petista para 2018, pois você tem se mostrado exatamente igual a Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff”, escreveram no manifesto de repúdio.
A reprovação a Alckmin tem explicação. O Liberdade Tucana quer Luiz Felipe D’Avila para governador, em detrimento a qualquer candidato apoiado pelo picolé de chuchu.
D’Avila, genro de Abílio Diniz, é favorável à adoção do parlamentarismo como sistema de governo. É membro e conselheiro do Tribunal Superior Eleitoral, da Fundação FHC e do Instituto Millenium.
Em entrevistas, vem afirmando que “o melhor para o país é esquecer o que acontece com Michel Temer e concentrar o foco nas reformas. Este é o momento para que os parlamentares produzam uma obra grandiosa, seria seu legado para o país”.
Assim é o vanguardista Liberdade Tucana. Um grupo que incentiva o retorno da escravidão, que bate continência para o Coronel Telhada e ainda idolatra o Escola Sem Partido (aquele ‘movimento’ que já anda obtendo vitórias como anular critérios de correção no ENEM por considerarem direitos humanos como ideologia de esquerda).
Mas o que esperar de alguém que classifica Alckmin como petista?