Hoje, em 1939, foi lançado o filme que fez dele um símbolo eterno de masculinidade
No dia 15 de dezembro, há exatamente setenta e três anos, em 1939, foi lançado “E o Vento Levou”, o primeiro filme colorido a ganhar um Oscar, recebendo também outros nove prêmios da Academia e estabelecendo assim um recorde que permaneceu ao longo de vinte anos, até que Ben-Hur o ultrapassou em 1960. Podemos dizer, então, que o astro hollywoodiano Gary Cooper não era muito bom com previsões, uma vez que afirmou categoricamente, ao recusar a oferta que lhe fizeram para assumir o papel do protagonista Rhett Butler, que “E o Vento Levou” seria certamente o maior fracasso na história de Hollywood e que se alegrava por saber que a carreira de Gable seria marcada por isso, e não a dele.
Gary Cooper, posteriormente, reconheceu o erro que cometeu – e, arriscamos dizer, invejou Gable por ter aceitado o papel que recusou tão enfaticamente. Mas, verdade seja dita, “E o Vento Levou” é um filme extremamente longo (mais ou menos três horas e quarenta e cinco minutos) e que poderia ser cortado pela metade – Mas devemos reconhecer que há duas coisas particularmente notáveis nele. Uma delas é, naturalmente, as cenas da ninfomaníaca mais atraente de todos os tempos, Vivien Leigh, como Scarlett O’Hara, em seus vestidos apertados e espartilhos sufocantes que ressaltavam sua silhueta invejável.
A outra é Clark Gable. Rhett Butler é um símbolo de masculinidade e virilidade. Que mulher nunca tremeu ao vê-lo abandonar delicadamente Scarlett no final do filme, um dos melhores finais de todos os tempos, respondendo às declarações de amor dela com um simples: “Frankly, my dear, I don’t give a damn” (“Francamente, querida, eu não dou a mínima”) e desaparecendo na névoa? A frase, considerada pelo American Institute of Films como a melhor de todos os tempos, expressa perfeitamente o caráter de Rhett Butler. Charme, magnetismo animalesco, personalidade persuasiva e uma delicadeza feroz fizeram de Rhett um símbolo de virilidade – e, consequentemente, Gable passou para a história como tal. Vivien Leigh, atriz que contracenou com ele no filme, explica: . “O fato é que Clark Gable era Rhett Butler e Rhett Butler era Clark Gable.”
Gable foi amante de inúmeras beldades, dentre as quais podemos destacar Veronica Lake, Eleanor Powell, Myrna Loy, Jean Harlow, Audrey Totter, Lupe Velez e Loretta Young, e foi casado cinco vezes, figurando entre suas esposas a estonteante loira platinada Carole Lombard, considerada o grande amor de sua vida e cuja morte em um acidente aéreo, aos trinta e três anos, nunca foi superada pelo viúvo.
A lista de mulheres com quem Gable saiu é imensa – e ele é a prova de que toda aquela conversa de “as mulheres não gostam dos cafajestes” é dita pelas mulheres cujos corações foram partidos por esses homens ou pelos homens bons que procuram acreditar nisso.
Selecionamos dez frases sobre Clark Gable, ditas em sua grande maioria por mulheres que sucumbiram aos seus encantos e o amaram, e que podem ajudar a desvendar a aura de canalhice que o rondava e compreender os métodos tão bem sucedidos que empregava para conquistar as mulheres que o interessavam.
“Ele era mais másculo do que qualquer outro homem que eu já conheci e tão infantil quanto um homem adulto poderia ser – era essa a combinação que causava um efeito tão devastador nas mulheres, e fazia com que elas caíssem aos seus pés.” – Doris Day.
“Clark era como um rei. Andava como um, se comportava como um, e era o homem mais viril e másculo que eu conheci em toda a minha vida.” – Joan Crawford
“Ele fazia com que você se sentisse muito mais bonita do que você realmente era ou pensava ser.” – Ursula Thiess
“Acho que toda mulher que o conheceu se apaixonou por ele.” – Loretta Young
“Clark e eu éramos devotados um ao outro! Éramos como irmãos, embora ninguém acredite nisso… Mas nosso relacionamento era único. Oh, as vezes ele era um pouco indelicado comigo quando as pessoas estavam por perto, mas ele era totalmente diferente quando estávamos sozinhos.” – Myrna Loy
“Foi difícil para mim trabalhar com ele, de início. Eu era apaixonada por ele desde pequena. Em alguns momentos, eu pensava ‘Meu Deus, é Clark Gable!’ e quase desmaiava.” – Ava Gardner
“Eu o adorava. Eu simplesmente o adorava. Não acredito em qualquer mulher que fale que trabalhou com Gable e não sentiu vertigens sexuais intensas. Eu a chamaria de mentirosa.” – Joan Crawford
“Sim, Clark e eu tivemos um caso, um caso glorioso e que durou mais tempo do que qualquer um pode imaginar. Ele era um homem maravilhoso. Simples, espirituoso e viril.” – Joan Crawford
“Conhecer Clark Gable era a alegria da vida das mulheres. Ele era tudo de bom que você poderia pensar. Tinha um senso de humor delicioso, compaixão, e era sempre meigo como um ursinho de pelúcia. Inconsciente de sua beleza, não era metido como a maior parte dos atores da sua época.” – Joan Blondell.
“Pa (como ela o chamava) vem sempre em primeiro lugar.” – Carole Lombard