Um retrato do jornalismo brasileiro foi feito no TRF 4 por um grupo exultante com a condenação de Lula por unanimidade.
Germano Oliveira postou o momento nas redes sociais com o seguinte texto:
Os cinco jornalistas que fizeram a diferença na cobertura da Lava Jato, que acabará levando Lula para trás das grades. Da esquerda para a direita: Vladimir Neto, da TV Globo; Ricardo Brandt, do Estsdao; André Guilherme, do Valor; este que vos fala Germano Oliveira, da ISTOE; e Flávio Ferreira, da Folha de S.Paulo. Faltaram outros grandes repórteres como Fausto Macedo, do Estadao, Cleide Carvalho, do Globo. Essa turma eh da pesada e se reuniu hoje na sede do TRF4, em Porto Alegre, quando os desembargadores condenaram Lula por 3 a 0 a 12 anos e 1 mês de cadeia. Ainda da psra confiar na Justiça.
Não é apenas o flagrante de um encontro de colegas depois de um dia exaustivo de labuta.
Germano é o tipo pequeno espremido no meio dos outros, à direita. Ele apagou, depois, o trecho sobre as grades, provavelmente instado por um dos presentes, que notou a estupidez.
É um símbolo da má fé, do cinismo, da vaidade e da preguiça intelectual que contaminam o sujeito que participa dessa cobertura.
Apesar de um zé mané, uma porca da engrenagem, ele se acha protagonista, uma espécie de anjo vingador. A panela de Curitiba certamente vê uma papagaiada dessas e ri do sujeito.
A indústria de vazamentos da Lava Jato produz esses esquadrões nas redações. Jornalistas que se jactam de colocar alguém em cana, ainda que sem a culpa comprovada.
Compram por valor de face o que vem do Ministério Público e mandam bala.
Eles são o porrete da Justiça.
Vladimir Netto, filho de Miriam Leitão, considera razoável fazer jabá de seu segundo livro sobre a Lava Jato na porta do tribunal. No primeiro, teve noite de autógrafos com Sergio Moro e a mãe de Vladimir, Miriam Leitão.
Ninguém acha estranho.
Germano é funcionário de uma revista publicada por uma editora quebrada, que vive de dinheiro público e por isso é sempre governista, seja lá quem estiver ocupando o poder.
Em 2017, a Quantoé premiou Michel Temer e outros do mesmo quilate como “brasileiros do ano”.
Germano assinou a “matéria” do evento, “que embalou as boas notícias na economia e refletiu a busca do País por um caminho de harmonia, justiça e inclusão social, sem espaço para radicalismos”.
Ele e os colegas não fazem jornalismo investigativo. Recebem documentos oficiais e um abraço.
Sendo contra os inimigos da casa, podem reproduzir os maiores absurdos numa boa.
Uma imprensa parceira e cúmplice da polícia e dos poderosos, povoada de paus mandados que se orgulham de parecer assim.
Viva o Brasil.