Publicado no Sul 21
POR WERNER BECKER, advogado
Com toda humildade de súdito, dirijo-me à vossa majestade. Quando, do alto do seu trono e sob o manto real, que no primeiro momento julguei que se tratava de uma toga, esclareceu que estava falando no plural majestático, passei a entender porque se sentiu no direito absolutista de afrontar todos os códigos a que nós, seus súditos, estamos submetidos.
Como seu súdito ouso afirmar que me senti constrangido a ver o monarca, no seu surto delirante, recitar, sisudamente, platitudes com ares de sabença.
Espero, que, no próximo Carnaval, para a tranquilidade dos seus jurisdicionados, possa, então, num surto de autocrítica, exclamar na avenida do bom senso: Que rei sou eu?
Renuncie ao seu trono, dispa-se do manto real, que o mundo do direito não lamentará a sua ausência.