O amor segundo São Paulo. Por Camila Nogueira

Atualizado em 19 de fevereiro de 2016 às 17:52
São Paulo, representado no quadro do pintor Rafael

São Paulo, um dos homens que difundiram o Cristianismo no mundo, foi responsável por muitos dos escritos do Novo Testamento. Uma de suas reflexões mais belas relaciona-se ao amor. Por causa dela o escolhemos como novo entrevistado em nossas Conversas com Escritores Motos. 

 Santidade, um dos pilares da Igreja Católica é o amor ao próximo. Qual a sua opinião a respeito dele?

Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, nada seria. Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me fizesse escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria.

Belas palavras, Santidade. Quais as principais características do amor?

O amor é paciente, é benéfico – não é invejoso, não é presunços nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. O amor não acabará nunca.

Hmmm…

As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado como também é limitado nosso profetizar. Mas, quando vier aquilo que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.

O senhor sempre pensou dessa forma?

Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nos encontramos em um espelho, confusamente, mas um dia veremos face a face. Agora conheço apenas em parte, mas então conhecerei completamente, como sou conhecido. Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança e o amor. Mas a maior delas é o amor.