Orlando Diniz não era só amigo de Cabral. De Paes, Accioly e Huck também. Por Fernando Brito

Atualizado em 23 de fevereiro de 2018 às 12:54
Diniz ladeado por Pes e Índio da Costa

Publicado no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Orlando Diniz, o preso de hoje da Lava Jato não era amigo só de Sérgio Cabral.

É amigo de Eduardo paes, com quem divide a foto, ao lado do crivelista Índio da Costa e de quase todo mundo do high-society carioca, os cujo talento é sonante.

Há dois meses foi um dos promotores do “Reage Rio”, em parceira com a Globo, que agora finge que não era seu íntimo.

Mas o que posso contar sobre Diniz é que foi afastado do comando do Sesc do Rio de Janeiro a partir da ação do Conselho Fiscal do Administração Nacional da entidade, presidido pelo ex-ministro (governos Lula e Dilma) Carlos Gabas, com quem tive a honra de trabalhar e que representou ao Tribunal de Contas da União por diversos desvios de verba.

Entre os principais, a contratação superfaturada das empresas para a produção de eventos. Beneficiárias?

Empresas de Alexandre Accioly, Luciano Huck e  Luis André Buono Calainho, segundo escreveu Marcelo Auler na CartaCapital, reproduzida pelo GGN:

Em 2010, (Accioly e Calainho) também venderam ( a Orlando Diniz) a ideia do Prêmio Sesc de Fomento à Cultura, para incentivar iniciativas no teatro, teatro infantil, música, dança, artes plásticas, literatura, documentários, novas mídias e novos talentos. Foram 5.968.143,41 reais, com 1,8 milhão para os premiados. “A diferença – R$ 4.168.143,41 – bem acima do recurso destinado à premiação, foi para custear os serviços da empresa L 21 Participações Ltda., diz o relatório da auditoria. Do que sobrou, 1.095.143,41 destinavam-se, estranhamente, ao “pagamento de impostos”. Outros 450 mil reais eram pró-labore.

Só em 2011.

A L21 é um dos maiores negócios dos três, dona da Rádio ParadisoFM e, segundo a Istoé Dinheirojá em 2003…

Não é o primeiro e certamente não será o último negócio dos três juntos. Calainho, Huck e Accioly estão metidos numa teia de fazer dinheiro que se espalha por diversos setores da economia e agrega outros parceiros famosos. Huck, por exemplo, é sócio de João Paulo Diniz (Grupo Pão de Açúcar) em boates e restaurantes e tem uma construtora de prédios de luxo. Já acumulou um patrimônio de US$ 6 milhões. Accioly encheu os bolsos ao vender para a Telefônica a sua empresa de telemarketing por US$ 140 milhões e desde então investe, ao lado de Huck e Diniz, no ramo imobiliário, em bares e discotecas. Calainho é dono do portal Vírgula, um dos poucos lucrativos da internet, de uma empresa que promove bazares de roupas de grife e de uma distribuidora de CDs e DVDs em bancas de jornal.

Será que os negócios do recém preso Orlando Diniz virão ao caso?