O apagão é uma metáfora perfeita para o STF, uma piada trágica.
Cármen Lúcia é diretamente responsável pela degradação do Supremo e seus barracos semanais.
Faz o jogo da Globo e de movimentos fascistas de maneira absolutamente aberta. Constrange os colegas.
Sua missão é entregar a cabeça de Lula. Em nome disso, encampa se recusa a julgar ações contra prisão após 2ª instância.
Culpa Edson Fachin pelas próprias omissões.
Recebe representantes do Vem Pra Rua, quatro “cidadãos de bem”, no gabinete e garante que não vai decepcioná-los.
Dá uma entrevista sabuja a Heraldo Pereira em que ele lhe toma lições sobre a Lava Jato.
Enrola Celso de Mello ao dizer que vai marcar uma reunião com os ministros, deixando o decano pendurado com a brocha na mão.
Em plenário, deixa o circo pegar fogo.
Na baixaria desta quarta, dia 21, poderia ter interrompido Gilmar quando ele começou suas indiretas fora da pauta.
Luís Roberto Barroso, suscetível, acusou o golpe e partiu para um chilique tirado de alguma canção de dor de corno (“Me deixa de fora desse seu mau sentimento / você é uma pessoa horrível”).
Ela permite o solo de Barroso por um minuto inteiro, sem interrompê-lo.
Depois que o estrago foi feito, suspende a sessão.
As confusões que provoca, as hesitações, a mediocridade, as entrevistas ruins, as platitudes — tudo é calculado em Cármen Lúcia.
O retrato acabado da nossa miséria. O Brasil não é Marielle Franco. O Brasil é a Carminha.