O STF tem uma chance de ouro de mostrar algum tipo de decência, coragem e independência diante da ameaça velada do general Villas Boas.
No Twitter, o comandante do Exército extrapolou a função constitucional da corporação e disse o seguinte em duas postagens canalhas:
- “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”
- “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.”
Villas Boas infringiu o Regulamento Disciplinar, que veta “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.
Não vai lhe acontecer nada, mas ficou absolutamente claro que ele passou do limite — a não ser para os indigente mentais intervencionistas e vivandeiras de ocasião que saíram às ruas pedindo a prisão de Lula.
A chantagem de Villas Boas pode ter sido um tiro pela culatra.
Com a reputação no chão, o Supremo deveria mostrar, no julgamento do HC de Lula, que não se apequena diante desse tipo de bullying vagabundo — e respeitar a Constituição.