No dia 20 de abril de 2009, em Curitiba, Renata Waechter Ferreira e Bernardo Dayrell Pedroso foram assassinados ao saírem de um evento que comemorava o aniversário de Adolf Hitler.
O casal fazia parte de uma célula neonazista que atuava na capital paranaense.
O próprio Bernardo foi quem organizou o encontro, que reuniu cerca de 15 pessoas.
“Tido como um ‘intelectual’ dentro do grupo, o rapaz era contrário às agressões praticadas contra gays e travestis. Para ele, esse tipo de ataque depunha contra o grupo e complicava a aceitação do movimento pela sociedade”, segundo reportagem do Globo.
Para garantir o controle do movimento na cidade, decidiram eliminá-lo junto à namorada, Renata.
Dos seis acusados apenas o mandante do crime, Ricardo Barollo, foi preso por 30 dias.
O DCM recebeu um depoimento do pai de Renata, Amadeu Ferreira Junior, que reproduzimos abaixo:
A impunidade foi um prêmio para os assassinos enquanto nós, que perdemos nossa filha, pagamos a pena por esta perda.
Já se passaram nove anos e eles ainda não foram a júri de primeira instância, pois estão usando brechas na lei para atrasar o processo a qualquer custo.
Os neonazistas que planejaram o crime hediondo montaram uma quadrilha. Ricardo Barollo, o mandante, de São Paulo; Jairo Maciel Fischer, de Teutônia- RS; Rodrigo Mota, de Curitiba; Gustavo Wendler, de Curitiba; Rosana Almeida, de Curitiba e João Guilherme Correa, de Pato Branco estão em suas casas com seus pais, vivendo momentos agradáveis em dias comemorativos.
Que justiça é esta, em que nada pode ser feito contra eles?
A Renata era minha única filha, estudante de Arquitetura na PUC-PR. Bernardo era estudante de Direito em Belo Horizonte. Nunca suspeitamos de nada sobre essa maldita ideologia.
Não mereciam morrer, ninguém tem o direito de matar a sangue frio por isso ou qualquer motivo.
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu habeas corpus aos criminosos e eles estão livres apesar de todas as provas. Como concedem tal prêmio a assassinos?
Agora seus advogados estão fazendo de tudo para deixá-los soltos, emperrando o processo. Criaram vários recursos até chegarem à última instância no Supremo Tribunal Federal.
Venho solicitar atenção a este caso, para que a justiça seja feita e todos os assassinos sejam presos.
Perdemos nossa única filha, o rumo de nossas vidas. Não quero que outros pais passem pelo que estou passando, vendo a impunidade e a arrogância dos homicidas.
Não somos merecedores de tamanha dor. Mais uma vez peço apenas por justiça.
Na verdade, peço socorro! Não sei mais a quem recorrer para que seja feita justiça.