Afastada da TV há algum tempo, Luana Piovani não poupa esforços na vida pessoal para aparecer, seja ganhando milhares de likes com fotos de pimpolhos e decotes (nada contra pimpolhos ou decotes), seja ocupando um lugarzinho nas manchetes por ter dito alguma coisa que de tão desnecessária se transforma em polêmica.
Depois de lamentar a derrota de Aécio Neves nas urnas, elogiar Michel Temer por “saber falar” e “estagnar a economia”(?) e mudar-se pra Portugal, desgostosa e desdenhosa – isso sim é uma verdadeira paneleira decepcionada, que cumpre a promessa de sair do país – a atriz-digital-influencer correu para pagar o último mico no débito: prometeu deixar uma maçã na porta da delegacia caso o ex-presidente Lula fosse preso. E foi até Curitiba pra fazer isso. Depois de deixar a maçã e filmar tudo em um vídeo com ares de tensão, disparou:
“Jurei que quando o Lula fosse preso eu ia vir até a delegacia que ele estava e ia dar uma maçã pra ele. Pode parecer besteira, mas eu tô envolvida com isso há três anos, e só eu sei quantos posts eu fiz, quantos jornais eu li, quanto eu estudei, e quantas noites mal dormidas eu tive por conta de tudo que tá acontecendo com o nosso País. Mas eu tenho esperança, porque eu tô vendo um trabalho bonito ser feito. Então tá aqui sua maçã. Agora que venha Aécio, Temer, Renan, Perrella e outros tantos.”
O que uma maçã tem a ver com a generalização barata? Ninguém sabe, e ninguém liga.
Mas a gente liga pra essa correção: não só você que sabe quantos posts você fez, Luana. A internet toda sabe. E a internet toda é gente pra caramba.
A gente lembra que você elogiou Michel Temer, depois xingou Michel Temer de delinquente, elogiou Aécio Neves, depois reclamou de Aécio Neves, bradou em uma manifestação vazia pela prisão de Lula, vestiu verde e amarelo, bateu panela e depois fingiu demência ao generalizar seu discurso “contra a corrupção” e continuou sua saga de desilusões políticas – mais perdida que cego em tiroteio – filmando tudo no Instagram e postando tudo no Twitter.
O fato é que a patética persona de Luana Piovani é a cara dos paneleiros: loirinha, bonitinha, antipática e sem a menor noção do ridículo.
A gente sabe que ela tenta. Lê tanto, coitada. Noites mal dormidas estudando ciência política com Luiz Felipe Pondé e economia com Frota pra gravar um vídeo icônico elogiando Michel Temer por “estagnar a economia”. Uma viagem até Curitiba levando uma maçã que entrará para a história da humanidade (depois da de Eva, de Newton e de Steve Jobs), mas não adianta: só o que a estupidez vira-folha de Luana consegue de nós são gargalhadas.
Ela é a cara daquela prima rica que vota em Aécio, bate panela, defende golpista e depois vem fazer a tonta com o discurso frenético “fora todos eles!!!!!!” que a essa altura só é assumido por quem não está entendendo nada.
E ela não está entendendo nada, mesmo:
Fala “vai pra Cuba!” pra esquerdistas mas usa camisa de Che Guevara. Acha que a “estagnação da economia” é louvável e que, para ser presidente em uma democracia, um bom português vale mais do que votos, pede a prisão do maior líder popular do país e “de todos os corruptos” ao lado do MBL e fecha com chave de ouro deixando uma icônica maçã na porta da delegacia onde Lula está preso.
Jênia.
Ela não conseguiu entrar no filme sobre a Lava Jato, mas ao menos conseguiu likes e um pouco de atenção.
Saudades de quando subcelebridades tentavam aparecer postando séries de crossfit, pimpolhos, decotes e pratos coloridos, e não falando de política na internet.