A irmã da primeira dama bela, recatada e do lar, Fernanda Tedeschi é aparentemente a mosca na sopa de Michel Temer.
Em 2011 ela fez um ensaio para a extinta Playboy, da Editora Abril – a mesma que, na Veja, publicou a tão patética quanto inesquecível matéria sobre a “bela, recatada e do lar”, que tentava colocar a primeira-dama como uma santa (santa hipocrisia!).
O ensaio foi embargado pelo então vice decorativo, que pagou a multa contratual de trezentos mil reais à editora.
Não pegaria bem a irmã da imaculada posando nua.
Quem, aliás, veria problema nisso? Só o próprio Temer, retrato do conservadorismo, que viu tanto problema que preferiu desembolsar 300 mil do que ver a bunda da cunhada na Playboy.
Também não vemos problema em casar com um vampiro, se você tem coragem e estômago forte. Tampouco há problema, nem para as feministas mais radicais, em ser “bela, recatada e do lar.”
O problema é a volta do primeiro-damismo, que tão bem simboliza o retrocesso – 200 anos em 2 – do governo Temer. É o esforço descomunal para construir uma imagem imaculada em torno da primeira-dama em um país de mulheres fortes e livres.
Fernanda Tedeschi é ex-aeromoça, se arriscou como modelo da Playboy – não rolou, miga – e agora é uma verdadeira digital influencer e vive dando pitaco nos assuntos do governo em suas redes sociais.
Depois de sugerir, no Instagram, um boicote à JBS (?), a moça usou a mesma conta para debochar da crise de abastecimento que pesa sobre o país há cinco dias, “ostentando” um tanque cheio – sem emprego de aeromoça e sem poder posar nua, quem está pagando a conta?
Perguntar não ofende.