Conforme observou o colunista Chico Barney, no UOL, Luciano Huck apresenta “Quem quer ser um milionário?”, versão licenciada do original britânico “Who wants to be a millionaire”, que chegou até a virar filme vencedor de Oscar.
Os candidatos são muito bem escolhidos, sempre desenvoltos e com histórias de vida interessantes. As perguntas também são tão cretinas quanto a versão Anhanguera, o que permite um interessante mix de educação com alegria. E não tem nada de particularmente errado com o apresentador, tirando a curiosa propensão ao caminho mais genérico possível.
Mas duas situações foram particularmente incômodas ao longo da estreia da nova temporada, ocorrida neste sábado de Copa do Mundo. Luciano começou o programa ao vivo, assim como na semana passada. Trocou uma ideia com a equipe esportiva lá na Rússia e falou sobre o jogo da Alemanha com Suécia durante a primeira parte do Caldeirão.
O quadro “Quem quer ser um milionário?” é previamente gravado, mas o apresentador fez questão de dar a entender que estava ao vivo. Não falou com todas as letras, mas até no relógio olhou ao anunciar que voltaria ao vivo depois dos comerciais – sem revelar o horário exibido no visor, claro.
Outro ponto que pareceu bastante falso foi o texto de um merchan do patrocinador do segmento. Huck começa falando que pesquisou pessoalmente dois produtos para anunciar ali, e logo depois declama um texto evidentemente preparado pela equipe de marketing responsável.
Com esse tipo de vacilos, o marido da Angélica coloca em discussão seu maior valor, que é justamente a lisura de sua imagem frente a patrocinadores e audiência. Agindo dessa maneira, quem vai confiar em Luciano Huck? Por mais que a magia da televisão seja justamente um eterno jogo de espelhos, não é de bom alvitre induzir o telespectador ao erro.