Em entrevista ao programa de Mariana Godoy, Jair Bolsonaro teceu comentários acerca do assassinato de Vladimir Herzog nas instalações do DOI-CODI, em 1975, após ser seviciado.
Há dias, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação.
“Alguns inocentes acabaram tendo um fim que não mereciam, no meu entender. O caso Vladimir Herzog, muitos falam que ele praticou o suicídio”, declarou.
“Lamento a morte dele, em que circunstância, se foi suicídio ou morreu torturado. Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio”, afirmou.
Mariana ouve aquele longo solo, mentiroso do início ao fim, canalha, ignominioso, e lhe pergunta se não acha importante reconhecer o que aconteceu.
“Me define o que é ditadura? Nós tínhamos liberdade de ir e vir”, argumenta.
“Por exemplo: a TV Globo nasceu em 65. Qual órgão imprensa nasceu em qualquer ditadura do mundo?”
Herzog era “um colaborador”, segundo o candidato, e o pessoal se “vitimiza”. A Anistia já resolveu tudo: “Essa é uma história que passou”.
Bolsonaro ainda defendeu a tortura. É preciso “parar de dar tratamento humano para quem não é ser humano”, segundo ele.
Etc etc.
Jair tem um longo caminho enquanto tiver pela frente entrevistadores que o tratam como um tiozão esquisito, dando risadas a cada barbaridade que sai de sua boca, e não como uma ameaça à democracia.