Se existe algo que a direita a nível mundial faz bem é negar, com as forças que lhes são possíveis, a realidade nua e crua que os humilha e os diminui.
Consta que Adolf Hitler garantia aos seus generais mais próximos que ganharia a guerra dias antes de apertar o gatilho de seu revólver contra a própria cabeça.
Michel Temer, alguém que não se distancia muito do ditador austríaco que fez sua fama na Alemanha nazista, acreditava há pouco tempo atrás que seria o político mais celebrado no nordeste brasileiro.
De onde esse energúmeno tirou tamanha sandice é algo que provavelmente jamais saberemos.
Na esteira desses absurdos proclamados pela “excelência” dos políticos que construíram suas carreiras à base de mentiras e ilusões protofascistas, o ministro da economia da Argentina, Nicolás Dujovne, soltou uma pérola que deveria ser estudada não pelas faculdades de ciências econômicas, mas, sim, pelos acadêmicos de psicologia.
Afirma ele: “Eu me recuso a chamar de crise o que ocorre na Argentina”.
Responsável direto por uma economia em frangalhos que levou milhões ao desemprego e à miséria, o pupilo do presidente Maurício Macri, o Aécio Neves hermano, simplesmente afirma que a situação econômica do país que se viu obrigado a pedir empréstimo ao FMI passa bem.
Segundo ele, o que acontece hoje na Argentina são apenas percalços extemporâneos causados por uma cotação do dólar que atingiu patamares estratosféricos e por uma inflação que se nega a ceder à taxa de 25% (sua meta, impressionantemente, é de 15%).
Dujovne é a síntese do que ocorre no neoliberalismo mundial.
Na falta de números minimamente dignos para se apresentar, apela para o malabarismo ficcionista para justificar sua incompetência em solucionar as contradições intransponíveis do sistema capitalista.
No decorrer dessa novela mal encenada, é capaz que o cidadão venha a dizer que os seus compatriotas que não conseguem garantir mais sequer as refeições básicas para suas famílias, assim o fazem por pura escolha pessoal.
Para mim, não surpreenderia. Assim pensam os “teóricos” que jamais fizeram ideia do que é a pobreza e do que ela, na prática, causa.