Aécio Neves não foi à convenção tucana que oficializou neste sábado, dia 28, o nome do senador Antonio Anastasia para disputar o governo de MG e do deputado federal Marcos Montes (PSD) para vice.
A assessoria deu uma desculpa esfarrapada.
“Só a partir do anúncio de sua decisão o senador Aécio participará de atos de campanha”, diz a nota.
Ele está se reunindo com diversas lideranças políticas “para avaliar a melhor forma de contribuir para o resgate de Minas Gerais nesse momento de extrema gravidade e grandes incertezas”.
Então tá.
Aécio é um zumbi político — mas sobrevive, e muito bem, no próprio Anastasia.
Anastasia estava por trás do “choque de gestão”, uma patacoada marqueteira que serviu de cortina de fumaça para o estado ser saqueado.
Teve a ideia em 2002, quando, depois de ter sido secretário-executivo dos Ministérios do Trabalho e da Justiça nos dois mandatos de FHC, preparava o programa de governo de Aécio.
O resultado: no final de 2014, Minas registrou um déficit de 2,16 bilhões de reais.
Pelo perfil baixo, Anastasia é dissociado do chamado núcleo duro aecista, cujas figuras de proa são Andréa Neves, Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho, Danilo de Castro, Paulo Vasconcelos e o famoso primo Fred, aquele que Aécio mandaria matar antes de delatar.
Anastasia, no entanto, azeitou a máquina de Aécio.
Foi também relator do impeachment no Senado.
Acolheu as denúncias da acusação e considerou em seu relatório que Dilma cometeu o clássico “crime de responsabilidade”.
“Instaurou-se um vale-tudo orçamentário e fiscal que trouxe sérias consequências negativas para o país”, afirmou no parecer.
Depois vieram à tona suas próprias pedaladas mineiras. “As estatísticas não apuravam”, explicou.
Aécio pode não dar as caras em sua terra, mas seu legado está muito bem representado no mano Anastasia.