Publicado originalmente no Blog do Kennedy
João Pedro Stédile, economista e líder do MST (Movimento Sem Terra), diz que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin “está negando a biografia dele”.
Em entrevista ao “Jornal da CBN – 2ª Edição”, o líder do MST conta que escreveu uma carta em caráter pessoal a Fachin perguntando o que ele deveria responder aos amigos que perguntam “por que você mudou tanto”. Relator da Lava Jato, Fachin tem indeferido recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula (PT), político que tem apoio do MST na luta para deixar a prisão e disputar a Presidência.
Stédile disse que a presidente do STF, Cármen Lúcia, confirmou audiência no próximo dia 14 para receber uma comissão de artistas, intelectuais e integrantes dos movimentos sociais que pedem que ela coloque em votação ação do PC do B a respeito da possibilidade de prisão após decisão de segunda instância. Há uma avaliação de que a maioria do STF poderia decidir de forma a libertar Lula.
Cármen Lúcia, porém, já afirmou que não colocará essa ação em votação. O sucessor no comando do STF, Dias Toffoli, emitiu sinais de que também não deverá fazê-lo em breve.
O líder do MST declara que o movimento apoiou as indicações de Cármen Lúcia e de Edson Fachin para o STF. Sobre Fachin, afirma que o ministro é “católico de carteirinha” e deveria refletir, “fazer um ato de consciência”, sobre mudanças de posições ideológicas ao assumir uma cadeira no Supremo. “O que que deu na cabeça do homem?”, diz Stédile, repetindo questionamento que ouve de amigos dele e de Fachin.
Stédile critica o projeto que tramita na Câmara para flexibilizar o uso de agrotóxicos no Brasil. Afirma que o MST, tardiamente, investiu na produção de orgânicos.