A nota de Sergio Moro sobre o “convite” de Álvaro Dias para o ministério da Justiça, lançado no debate da Band, é dúbia, para utilizar um eufemismo.
“Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes”, diz.
Não foram poucas as situações em que Moro facilitou “interpretações de preferências políticas partidárias”. Bastam as fotos com tucanos em convescotes.
Moro está para Álvaro como o economista Paulo Guedes para Jair Bolsonaro: é o Posto Ipiranga do candidato.
No lançamento de sua candidatura, ele prometeu a mesma coisa, estendendo o afago à Lava Jato.
“Quero prestar uma homenagem à República de Curitiba, onde nasce uma nova Justiça nesse país”, discursou.
Esse blábláblá demagógico foi usado ad nauseum na TV.
Fantasiado de Sergio Moro (todo de pertinho básico), Álvaro repetia a cada 2 minutos que havia invitado o magistrado para seu ser titular na pasta da Justiça.
Na última dessas investidas, acrescentou uma enigmática “seleção de juristas”.
A relação de Moro e Álvaro é antiga e passa pela amizade em comum com Joel Malucelli, ex-suplente do senador do Podemos, cuja empreiteira foi alvo de mandados de busca e apreensão da 49º fase da Lava Jato.
A mulher de Moro, Rosângela, recorreu a Álvaro em 2017 para tentar emplacar um projeto de lei que garante um fundo de reservas para unidades da Apae.
Seja ou não uma venda casada, a dobradinha tem tido um resultado pífio.
Na Band, Álvaro só perdeu para o cabo Daciolo em matéria de ridículo.
Seu ricto facial, resultado provável de uma plástica mal feita, gerou uma enxurrada de comparações com o Coringa do Batman, Fabio Junior e Gretchen.
Em todas as pesquisas, Álvaro patina nos 3% e nada, absolutamente nada, indica que saia dessa draga.
O jeito vai ser chamar Deltan Dallagnol para o Ministério da Saúde. Nada que um jejum não resolva.