Pouca gente ouvira falar de Letícia Almeida, Jonathan Couto, Pablo Morais, Sarah e Saulo Poncio antes de suas vidas serem transformadas midiaticamente em um roteiro do Casos de Família.
Letícia é atriz global, e sua vida pessoal sempre esteve escancarada – muitas vezes, por ela mesma – nas redes sociais. A fonte de toda a história surreal de tão confusa, é, portanto, ela mesma.
A atriz teve um romance com Saulo Poncio, um cantor de rap, e, entre as idas e vindas da relação aparentemente instável, se envolveu com Pablo Morais, também ator (ele está no ar naquela novela global sobre a Bahia que só tem branco no elenco).
Em fevereiro deste ano, ela teve uma filha, que chamou de Maria Madalena (eu ri desse nome, mas sei que é errado), e Saulo assumiu a paternidade, embora ninguém soubesse ao certo se era ele ou não o pai biológico do bebê.
Não era. Alguns meses depois, Saulo divulgou um teste de DNA que provava que ele não era o pai. O teste de DNA também deu negativo para o ator Pablo Morais.
Recentemente, a atriz divulgou em seu próprio Instagram que o pai da criança é, na verdade, seu ex cunhado, Jonathan Couto, casado com Sarah Couto, irmã de Saulo, que até então não tinha entrado na história.
Ufa.
Como diria minha avó, o bagulho é louco.
Tudo bem que foi a própria Letícia que divulgou as informações em seu Instagram. Tudo bem que atores globais da nova geração têm esse hábito perigoso de tronarem públicas suas vidas privadas para usarem o Instagram como plataforma de autopromoção. Mas e daí? Isso muda o fato de ninguém ter absolutamente nada a ver com a paternidade do filho de uma mulher, seja ela quem for? Ademais, a atriz ressalta que revelou a paternidade da criança nas redes depois de muita “especulação popular”.
Afora as especulações, o fato é que a vida sexual dos outros não interessa a ninguém. A violência, por sua vez, é problema de todo mundo, e passou a protagonizar o caso quando a Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar as tentativas de agressão contra a atriz, tendo como investigado Saulo Couto, acusado de agredir a Letícia quando soube que não era o pai de sua filha.
Na época, a atriz requereu uma medida protetiva contra Saulo, mas da crueldade da internet é difícil se proteger: continua sendo alvo da “especulação popular” com os olhos mais odiosos possíveis.
Permitam-me ressaltar o óbvio: questões que envolvem coisas como paternidade, vida privada e brigas de família não são problema de ninguém além dos envolvidos. A violência contra a mulher, por sua vez, é problema de todo mundo – meta a colher, sim! – e não é justificável por nenhum confusão familiar privada. Homem que agride mulher tem que responder por isso: o contexto não determina se a violência é ou não violência. É violência. Ponto.
Quanto à “especulação popular” de quem não tem nada pra fazer e lincha virtualmente uma mulher por coisas que ela faz em sua vida privada, prefiro me abster. Há coisas mais importantes com as quais me preocupar: a naturalização da violência contra a mulher, por exemplo.